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São Raimundo (PI) – Quixadá (CE): a mudança

Finalmente chegou o dia que tanto esperávamos havia mais de três anos: a Universidade Estadual do Ceará (Uece) convocou Carlos para o concurso no qual ele havia sido aprovado em 2012. Não nos entendam mal: gostávamos de morar em São Raimundo Nonato, estávamos adaptados, porém o isolamento da cidade e as longas viagens de dois dias na estrada (ou 12 horas contando carro + avião + carro) para chegar a João Pessoa estavam nos deixando exaustos. Até uma simples ida a Petrolina já era cansativa. Ainda por cima, passagens de avião caras para qualquer lugar do país para onde precisássemos ir.

Despedida do Alto do Cruzeiro

Despedida do Alto do Cruzeiro

Enfim… dentro das nossas perspectivas, uma mudança para o Ceará seria muito bem-vinda. E ela aconteceu!

Recebemos a notícia da convocação em dezembro de 2015. A nomeação só saiu no Diário Oficial de fato em março de 2016. Vinícius já estava bem adaptado à escola em São Raimundo, Tommy já acostumado e sempre entusiasmado quando precisávamos viajar de carro e deixá-lo no hotelzinho em Petrolina.

No entanto, agora tínhamos apenas um mês para organizar tudo e ir embora.

Contratamos a empresa Granero, que desmontou, embalou, transportou e montou tudo de nossa casa. Levamos em nosso carro documentos, alguns eletrônicos e roupas.

Material da mudança pela Granero

Material da mudança pela Granero

DESPEDIDAS

Tivemos emocionantes despedidas dos amigos e colegas de trabalho, sempre regadas a palavras sinceras sobre o companheirismo dos últimos quatro anos vivendo em São Raimundo. A sensação de todos é de que formamos uma família lá, nos apoiando na ausência e na distância de nossos parentes de sangue.

Chorei. Muito. Chorei tudo o que eu tinha direito, por vários dias antes de fechar pela última vez a casa onde passamos quatro anos. Chorei vendo o quarto que decorei com tanto carinho para meu filho, meu Vinícius são-raimundense, nascido naquela terra do Piauí, filho da Serra da Capivara, que levarei para sempre em minha família e meu coração. Chorei pensando nas horas sem fim que vivi em trabalho de parto dentro daquela casa. Nos dias deitada na rede esperando Vini nascer, depois nos dias deitada o amamentando.

Chorei pensando nas amizades/irmandades que lá conquistei. Lembrando que lá passei no vestibular de novo, comecei um novo curso, redirecionei minha carreira atuando como professora, tive dezenas de alunos que até hoje dizem sentir minha falta.

Até que era hora de colocar Tommy na estrada de novo para que ele conhecesse sua nova casa.

A ESTRADA

Saímos de São Raimundo para Quixadá cedinho, por volta das 7h30, pela BR-020, minha boa e velha estrada por onde eu viajava a cada 15 dias para estudar em São João do Piauí. Passamos por Simplício Mendes e Isaías Coelho. Neste último município há uma obra de uma ponte sobre o rio Canindé que há anos ameaça cair, mas recentemente o governador do Piauí liberou mais recursos. Será que finalmente acabam esse serviço? Bem, há um desvio tranquilo, sem água, por onde passamos enquanto a obra acontece.

Até mais, São Raimundo!

Até mais, São Raimundo! Vista para a Serra da Capivara.

Obra na ponte sobre o rio Canindé em Isaías Coelho (PI)

Obra na ponte sobre o rio Canindé em Isaías Coelho (PI)

Desvio

Desvio

Desvio

Desvio

Continuação da BR-020 após a ponte: boas condições

Continuação da BR-020 após a ponte: boas condições

De lá seguimos para Picos ainda pela BR-020, passando por Itainópolis. Paramos para almoçar cedinho e dirigimos rumo a Tauá (CE), onde entramos para a BR-404. Direto para Quixeramobim, chegando rapidinho a Quixadá.

Foram 700km, em cerca de 8 horas de viagem contanto com a parada para o almoço.

Monólitos anunciam chega a Quixadá

Monólitos anunciam chega a Quixadá

EPISÓDIO

Pela primeira vez, Tommy não se sentiu bem na viagem. Antes de chegarmos a Picos, ele teve um desarranjo intestinal e fez número 2 na caixinha de viagem. Por sorte, estava durinho e tínhamos bastante papel para limpar. Já em Picos, no almoço, ele teve diarreia. Resolvemos deixá-lo em jejum para que ele não enjoasse mais.

Tommy viajando na caixinha

Tommy viajando na caixinha, no banco de trás ao lado de Vinícius.

Suspeitamos que ele tenha passado mal por causa de uma comida dada pela pessoa que trabalhava conosco no dia da mudança. Foi uma mistura grande de arroz, feijão e ração. A boa notícia é que ele melhorou assim que chegou a Quixadá. Eliminou o que estava fazendo mal, voltou a comer apenas ração e se animou.

Vini avistando Quixadá pela primeira vez

Vini avistando Quixadá pela primeira vez

ADAPTAÇÃO

Tommy está mais livre na nova casa. Passa o dia inteiro solto e está bem mais obediente. Brinca muito com Vinícius, que também está com maior liberdade para transitar entre a varanda e o quintal. Embora os dois estejam em uma fase “entre tapas e beijos“, pois um provoca muito o outro (seja Vini ‘estacionando’ o carrinho na porta da casa de Tommy, seja Tommy roubando a comida dele).

Vini curtindo a mudança

Vini curtindo a mudança

Todo arrumadinho após o banho no pet shop

Todo arrumadinho após o banho no pet shop

Aqui já encontramos um bom pet shop para banhos e em breve o levaremos ao veterinário para fazer um check up, afinal de contas, o rapazinho está prestes a completar 9 anos de vida!

Apenas continuamos de mãos atadas por não termos hotelzinho na cidade para deixá-lo em caso de necessidade.

Temos que avaliar opções em Fortaleza ou deixá-lo em casa com uma cuidadora. São cenas para o próximo capítulo.

 

 

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Bem-vindos à terra da pedra da Galinha Choca!

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São Raimundo Nonato (PI): barragem Petrônio Portela

Continuando nossos passeios pela zona rural de São Raimundo Nonato durante o Carnaval, tiramos um dia para almoçar no restaurante Trilha da Capivara, que fica localizado no Sítio do Mocó, bem no “pé” da Serra da Capivara, próximo a uma das principais entradas do Parque Nacional.

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Caminho para o sítio do Mocó: verde e cheio de borboletas

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Caminho para o restaurante Trilha da Capivara, no sítio do Mocó. Entrada para o Parque Nacional Serra da Capivara.

Depois tivemos a ideia de aproveitar o retorno para casa pela BR-020 e entrar pela estação elevatória d’água para conhecer a barragem Petrônio Portela, conhecida popularmente aqui na região como Barragem da Onça. Seguimos 25 km de estrada de barro, até finalmente encontrarmos o local.

Mesmo tendo água do rio Piauí a perder de vista, sabemos que a situação ainda não é das melhores. O açude saiu do volume morto devido às chuvas que caíram na região de dezembro de 2015 a janeiro de 2016. Antes, estava muito pior. A região viveu uma seca prolongada.

Apesar do calor pedir, não nos arriscamos a tomar banho lá sem saber da qualidade da água. Lembrando que é esta a água que nós recebemos em casa na zona urbana de São Raimundo, no entanto, ela chega bastante suja! Algumas lavagens de roupas claras ou brancas precisam ser refeitas, porque a água é barrenta.

Foto atual da barragem (fevereiro/2016)

Foto atual da barragem (fevereiro/2016)

Foto aérea da barragem (Divulgação/Prefeitura de SRN)

Foto aérea da barragem (Divulgação/Prefeitura de SRN)

Foto atual da barragem (fevereiro/2016)

Foto atual da barragem (fevereiro/2016)

 

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São Raimundo Nonato (PI): distrito de São Vitor

As opções de lazer começaram a ficar repetitivas em nossas vidas após quase quatro anos morando em São Raimundo Nonato, no Sudeste piauiense. A necessidade de conhecer lugares novos sem precisarmos viajar 400 km nos levou até lugares sobre os quais os moradores da cidade sempre falavam, ressaltando os aspectos históricos. Assim, em um domingo depois do almoço, resolvemos nos aventurar pelo distrito de São Vitor, um povoado localizado na zona rural.

O passeio começou pela BR-020. Logo após passarmos pelo IFPI (no sentido Campo Alegre de Lourdes – BA), entramos à esquerda pela lateral do Condomínio Serra da Capivara. De lá seguimos 30 km pela estrada de barro até a comunidade. Na estrada, nos deparamos com uma mata verde ressuscitada pelas chuvas, muitos animais e grandes lajedos.

Uma das pedras que compõem os atrativos naturais de São Vitor

Uma das pedras que compõem os atrativos naturais de São Vitor

Povoado

Povoado

Os atrativos naturais do povoado são a pedra, a lagoa e o morro; quem tem a oportunidade de subir a pedra ganha de brinde uma visão panorâmica da região. Infelizmente, não pudemos realizar este feito. Primeiro porque não tínhamos guia ou moradores da região nos acompanhando; segundo, porque estávamos com Vini; terceiro, porque chegamos lá por volta das 14h, e o sol estava de rachar!

Infelizmente, devemos relatar aqui que a lagoa estava bastante suja: havia muitos resíduos de lixo boiando na água, especificamente garrafas PET e embalagens plásticas.

Pedra do São Vitor

Pedra do São Vitor

Lagoa do São Vitor

Lagoa do São Vitor

No mais, foi bom admirar a região e ver de perto as mudanças que a chuva promove na paisagem.

Estrada para a comunidade na época da seca, em 2014 (Foto: Nívia Dias/Univasf)

Estrada para a comunidade na época da seca, em 2014 (Foto: Nívia Dias/Univasf)

Lagoa de São Vitor seca em 2014 (Foto: Nívia Dias / Univasf)

Lagoa de São Vitor seca em 2014 (Foto: Nívia Dias / Univasf)

Vista do alto da pedra do São Vitor (Nívia Dias/Univasf)

Vista do alto da pedra do São Vitor (Nívia Dias/Univasf)

IMPORTÂNCIA HISTÓRICA

A comunidade de São Vitor é conhecida como território quilombola. Lá também há um sítio arqueológico e paleontológico. O local é um ponto de estudo da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e uma das pesquisadoras mais ativas por lá é a professora Nívia Paula Dias de Assis.

Segundo Nívia, em texto fornecido à assessoria de imprensa da Univasf em 2014, São Vitor é um sítio arqueológico e paleontológico que começou a ser estudado na década de 1970. Na região já foram realizados eventos com a finalidade de promover o turismo e resgatar os valores históricos, culturais e naturais de seu povo.

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Baixão dos Canoas – Serra Vermelha

No domingo, após quase 4 anos morando em São Raimundo, finalmente conhecemos um lugar lindo chamado “Baixão dos Canoas”, localizado na Serra Vermelha, no entorno do Parque Nacional Serra da Capivara. Tommy não nos acompanhou, pois o local é perigoso, mas Vini se comportou e foi conosco.

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Para entrar não é preciso estar acompanhado de guia, nem pagar entrada. Saimos de SRN pela BR-020, entramos em uma estreita estrada de barro, estaciomamos o carro em um ponto e fizemos uma trilha de cerca de 10 minutos a pé. Logo encontramos uma vista maravilhosa, de tirar o fôlego, das formações rochosas tipo cânios. Como choveu bastante recentemente, estava tudo verde. Vinha um frescor maravilhoso da mata.

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Observamos de longe por causa de Vinícius, mas outros aventureiros se atreviam a descer e subir pelas rochas procurando um lugar especial para tirar fotos.

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Lá acompanhamos um belo pôr do sol, fizemos um pequeno lanche (levado por nós) e nos despedimos. Lembrando que não há estrutura de lanchonete, banheiro, nada! É uma mata totalmente natural.

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Rodovia entre Petrolina e Remanso está intransitável

A situação das rodovias entre Petrolina e São Raimundo Nonato ficou lastimável depois das fortes chuvas do mês de janeiro. Além do atoleiro que se transformou a pista não asfaltada de Dirceu Arcoverde a Remanso e da cratera aberta entre São João do Piauí e Afrânio, agora é a BR entre Petrolina e Remanso que está intransitável. Reproduzimos abaixo a notícia do site Remanso Notícias.

“Uma cratera se abriu na manhã desta sexta-feira (29/01) na estrada que liga Remanso a Casa Nova, após as fortes chuvas que ocorreram nos últimos dias na região, devido a força da água fez com que as manilhas que fazem o escoamento da água não suportasse a quantidade de água. A cratera estimasse em quase 70 metros de comprimento.

O rompimento ocorreu próximo ao povoado Lajedo, fica a 70 km de Remanso.

A estrada está interditada, lotações que fazem viagens entre Remanso, Casa Nova, Petrolina e Juazeiro estão sem locomoção por tempo indeterminado”.

Foto: Remanso Notícias

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Petrolina a São Raimundo Nonato: atualizando os caminhos

2016 chegou bem interessante! Neste mês de janeiro recebemos vários comentários em nossas postagens com dúvidas de leitores sobre as estradas pelas quais passamos. Mesmo o blog registrando um número tímido de acessos diários, percebemos que ele é o único que trata sobre hospedagens para cães e condições de estradas no interior do Nordeste. Talvez por isto a demanda por informações tenha aumentado por aqui. Caso você conheça algum blog semelhante na região, por favor, nos avise nos comentários. Gostaríamos muito de compartilhar mais ideias!

Então, voltando ao assunto, um dos tópicos dos nossos leitores tem sido a situação do caminho de Petrolina a SRN. Como já faz quase um ano que escrevemos sobre este assunto, está mais do que na hora de atualizá-lo!

A SITUAÇÃO DAS ESTRADAS

A parte de Petrolina a São Raimundo por Remanso (BA) já foi descrita aqui. Contudo, vale lembrar a vocês que estamos em período chuvoso, o que detonou a estrada de barro entre Remanso (BA) e Dirceu Arcoverde (PI)! Os buracos se aprofundaram, alguns carros atolaram… enfim, está bem mais incômodo do que já costumava ser. Não recomendamos transitarem por lá em carro pequeno.

Lembrando: a pista está tranquila saindo de Petrolina para Casa Nova e Remanso pela BR-235. Nos dias de muita chuva, alguns trechos ficam alagados, mas isso não impede o trânsito. O único trecho complicado é de Remanso e a Dirceu. São cerca de 50km sem asfalto. A partir de Dirceu Arcoverde até São Raimundo Nonato, está tudo asfaltado, novinho em folha.

Após as chuvas, a BR-324 de Remanso a Dirceu Arcoverde ficou esburacada e lamacenta. Cuidado neste trecho! Já de Dirceu a São Raimundo está tudo asfaltado.

Após as chuvas, a BR-324 de Remanso a Dirceu Arcoverde ficou esburacada e lamacenta. Cuidado neste trecho! Já de Dirceu a São Raimundo está tudo asfaltado.

Outra opção para os motoristas é transitar entre Petrolina e São Raimundo pelo município de Afrânio (PE). A notícia que soubemos recentemente é de que um trecho desta estrada em Queimada Nova está interditado devido às chuvas. O nível da água subiu e derrubou a estrada em uma passagem molhada.

De Petrolina a SRN por Afrânio também está complicado: muitos buracos e uma parte da pista em Queimada Nova derrubada pela chuva.

De Petrolina a SRN por Afrânio também está complicado: muitos buracos e uma parte da pista em Queimada Nova derrubada pela chuva.

Faz dois anos que não andamos mais por lá, por motivos óbvios de: tempo e distância. Nossas viagens a Petrolina por Remanso duram 4 horas, enquanto por Afrânio chegavam a 6 horas, sem contar com a estrada esburacada, enjoativa, as curvas e as ladeiras perigosas.

A alternativa para quem não quer viajar por Remanso é seguir de São Raimundo até Simplício Mendes (PI) pela BR-020 e de lá entrar no sentido Paulistana (PI), voltando para Afrânio (PE) e Petrolina. Nunca fizemos este trajeto, por isso não podemos opinar. Porém, temos informações seguras de um motorista profissional que transita às segundas, quartas e sextas-feiras de SRN a Petrolina fazendo transporte de passageiros. Segundo ele, Queimada Nova está intransitável, por isso o novo caminho é este por Simplício Mendes, que dura cerca de cinco horas e meia.

Trajeto de SRN a Petrolina por Simplício Mendes (PI).

Trajeto de SRN a Petrolina por Simplício Mendes (PI).

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Estrada para o Parque Serra da Capivara é pavimentada

Estivemos no dia 29 de novembro na Cerâmica (Albergue) do Parque Nacional Serra da Capivara e tivemos uma agradável surpresa. A estrada que liga a BR-020 no município de Coronel José Dias a uma das principais portas de entrada do Parque está sendo pavimentada.

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Falta pouquíssimo para a obra ser concluída. O trecho que ainda está no barro é apenas o inicial, dentro da cidade.

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Ainda não há sinalizações horizontais e verticais, tampouco descobrimos o número daquela que acredito ser uma rodovia estadual, mas já ficamos muito satosfeitos com a iniciativa. Lembrando que Coronel José Dias já tem um histórico de empreendimentos mal-sucedidos, especialmente o projeto da praça com lanchonetes na beira da estrada. Milhões de reais desviados e absolutamente nenhum retorno à população. É vergonhoso ver as obras inacabadas.

Porém, os visitantes do Parque e do Albergue/Cerâmica agora têm pelo menos um motivo a comemorar, uma vez que o acesso já está bem mais fácil.

A Cerâmica da Serra da Capivara é um lugar lindo em meio à natureza da Caatinga. Em meses de chuva, fica agradavelmente verde. É lá que são criadas peças admiradas em todo o mundo e vendidas e preços salgados em grandes redes de artigos de decoração, como a Tok Stok. Também já foi desenvolvida uma coleção para o supermercado Pão de Açúcar.

O grande diferencial em visitar o local está em conhecer o processo de produção e comprar os artigos com 20% de desconto, além de desfrutar da maior variedade de peças que as demais lojas localizadas dentro do Parque e dentro da cidade de São Raimundo Nonato jamais terão. Lá também há a oficina de camisas, com muitos artigos de confecção (roupas, bonés, bolsas).

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Amamos este lugar, especialmente tirar o domingo para almoçar à vontade no restaurante self-service e ver nosso Vini brincar solto, ouvindo os pássaros e admirando os pavões.

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O caminho São Raimundo – Remanso – Petrolina

Já publicamos aqui no blog algumas informações sobre o trajeto de São Raimundo Nonato a Petrolina pelas estradas São João do Piauí (BR-020) e Afrânio (PE) (BR-407). O percurso de carro dura cerca de 5 horas de viagem. Quando tínhamos apenas Tommy, andávamos por lá sem muita preocupação com horários, mas depois do nascimento de Vinícius algumas prioridades mudaram. Passou a ser muito desgastante ficar 5 horas dentro do carro com ele, mesmo fazendo algumas paradas para trocar fralda e amamentar. O menino chorava para sair do bebê conforto, queria colo e eu sofria com os enjoos por conta da montanha-russa que é um trecho da estrada (muitas curvas e ladeiras).

Em janeiro de 2014 resolvemos enfrentar a então desconhecida estrada para Remanso (BA). Pelo Google Maps, a promessa era de chegarmos a Petrolina em 4 horas e 26 minutos. Nosso maior receio era a qualidade da pista, pois a informação que sempre recebíamos dos amigos era de que entre os municípios de Dirceu Arcoverde (PI) e Remanso havia apenas barro e buraco, além dos riscos de assaltos.

Primeiro, Carlos aproveitou que eu, Vinícius e Tommy estávamos em João Pessoa. Ele precisava nos buscar e viajou sozinho para sentir o clima. Para sua surpresa, o percurso durou cerca de 3 horas e 50 minutos. Mesmo com toda a buraqueira, nosso VW Voyage aguentou o tranco. Em outra viagem, fomos por Remanso todos juntos e deu certo. Eu aprovei o caminho. Preferi passar por 100 km de piçarra e chegar em 4 horas em casa a passar 5 horas no carro pelo outro caminho.

Uma parada em Remanso (BA): o rio São Francisco agoniza.

Uma parada em Remanso (BA): o rio São Francisco agoniza.

Desde então, esse é o nosso “caminho da roça”. Já perdemos as contas de quantas viagens fizemos passando por Remanso, sem nenhum arrependimento, nem olhar para trás. Tchau, São João do Piauí e Afrânio!

Vista da BR-235, ligando Remanso a Casa Nova - caminho para Petrolina.

Vista da BR-235, ligando Remanso a Casa Nova – caminho para Petrolina.

Aproveitamos a visita do casal de amigos pessoenses Phelipe Caldas e Pollyana Saraiva para registrar fotos do caminho e ajudar os turistas curiosos. Sabemos que a internet carece de informações para quem pretende chegar à Serra da Capivara. Como muitas pessoas avaliam a possibilidade de alugar um carro em Petrolina para vir a SRN, este blog pode servir. Inclusive, já recebemos e-mails com pedidos de mais informações.

COMO ESTÁ A PISTA
Saindo de São Raimundo pela BR-324, passamos por São Lourenço (PI) em estrada asfaltada tranquilamente, bem novinha, sem buracos. Depois de São Lourenço temos alguns quilômetros de estrada de barro até Dirceu Arcoverde (PI). Voltamos a um trecho asfaltado novo e daí por diante é barro até Remanso. De Remanso até Casa Nova (BA), Santana do Sobrado (BA) e Petrolina (PE) pela BR-235 é tudo asfaltado e com acostamento, tranquilo.

Mesmo na estrada de barro, trajeto por Remanso é o mais curto.

Mesmo na estrada de barro, trajeto por Remanso é o mais curto.

Verdade seja dita: a experiência deve ser um pouco difícil para quem não está acostumado a andar por estradas não asfaltadas. Com o tempo morando no interiorzão (acabamos de completar três anos de vida em São Raimundo), a gente pensa de forma mais prática. Outra verdade: o caminho não é recomendável para quem faz viagens frequentes. Nossas passagens por lá acontecem no intervalo de 3 a 4 meses, por isso dá um tempo do coitado do carro respirar. Mais um detalhe: investimos em um veículo maior – utilitário – para viver por aqui e valeu a pena. Ainda assim, carros de passeio comum podem sim fazer o percurso. Basta ter cautela.

Estrada de piçarra entre Dirceu Arcoverde (PI) e Remanso (BA): alguns trechos são lisos, sem sem buracos.

Estrada de piçarra entre Dirceu Arcoverde (PI) e Remanso (BA): alguns trechos são lisos, sem sem buracos.

Não há acostamento, nem sinal para celular. Alguns motoristas consideram o local perigoso.

Não há acostamento, nem sinal para celular. Alguns motoristas consideram o local perigoso.

O IMPASSE
Dizem por aqui que essa estrada entre Remanso e São Raimundo Nonato não recebe pavimentação nunca por desinteresse político dos dois estados, Piauí e Bahia. Para nós, seria uma excelente porta de entrada para o Parque Nacional da Serra da Capivara. Tanto que alguns políticos piauienses estão sempre destinando emendas para a recuperação da pista. Alguns trechos foram asfaltados, mas o resto recebe apenas aquele “quebra-galho”, ou seja, uma máquina que regulariza a buraqueira e joga uma piçarra para melhorar um pouco a situação. Porém, o que vemos depois da divisa do Piauí é descaso total com o trecho baiano da pista. Se todo o percurso estivesse asfaltado, a viagem duraria apenas incríveis 3 horas.

A VIAGEM DE ÔNIBUS
A viagem entre SRN e Petrolina de ônibus é um martírio. O coletivo não tem condicionador de ar. Agora imaginem quando ele passa levantando o barro da estrada de Remanso? Já ouvimos muitas reclamações. A conclusão é de que os passageiros são sobreviventes!

Quando nossos amigos Phelipe e Polly visitaram Petrolina e São Raimundo, fomos buscá-lo na rainha do Vale do São Francisco de carro e passeamos por lá. A volta foi de ônibus. Os registros abaixo foram feitos por eles:

Ônibus que faz o trajeto SRN-Petrolina.

Ônibus que faz o trajeto SRN-Petrolina. (Foto: Phelipe Caldas)

A viagem dura cerca de cinco horas e o transporte não tem ar-condicionado.

A viagem dura cerca de cinco horas e o transporte não tem ar-condicionado. (Foto: Phelipe Caldas)

Vista da estrada de piçarra. Foto: Phelipe Caldas.

Vista da estrada de piçarra. (Foto: Phelipe Caldas)

SERRA DA CAPIVARA: VALE A PENA!
Apesar de todos os transtornos para chegar à Serra da Capivara por Petrolina, a minha mensagem é: não desistam! É um lugar ímpar, com estrutura diferenciada e a experiência é transcendental (literalmente). É importantíssimo conhecermos as nossas origens, as teorias e as evidências encontradas pelos paleontólogos aqui.

Se ficou com gostinho de quero mais, sugerimos assistir ao programa Diário do Olivier – Serras Brasileiras, que foi gravado em dezembro de 2014 em São Raimundo e na Serra da Capivara. Imagens belíssimas que comprovam a riqueza natural da qual desfrutamos nessa terra tão distante!

Agora, colírios para os nossos olhos! O grande e glorioso Parque!

Maravilhosa recordação com nossos amigos no Boqueirão da Pedra Furada.

Maravilhosa recordação com nossos amigos na Pedra Furada.

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Olivier Anquier preparou um baião de dois apetitoso por aqui!

 

Vista maravilhosa da serra: vegetação e formações rochosas.

Vista sensacional da serra: vegetação e formações rochosas.

Vini brincando na Ilha do Rodeadouro.

Vini brincando na Ilha do Rodeadouro.

Pausa para foto na travessia para a Ilha do Rodeadouro, no rio São Francisco.

Pausa para foto na travessia para a Ilha do Rodeadouro, no rio São Francisco.

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SRN – Fortaleza: o caminho

Não foi fácil! Embora tenhamos nos acostumado à estrada nestes últimos seis meses desde que nos mudamos de Campina Grande (PB) para São Raimundo Nonato (PI), enfrentar a viagem a Fortaleza nos exigiu mais energia do que pensávamos. Fizemos duas vezes a rota de ida e volta para a capital cearense somente em dezembro. Como se não bastasse a distância e o desgaste psicológico do compromisso que tínhamos pela frente no destino final, o conforto que havíamos planejado para a primeira viagem de ida sofreu devido a um erro de escolha do trajeto. Outro ponto que pesou bastante em nosso cansaço foi o tempo de estadia na cidade: dez dias da primeira vez e quatro dias na segunda.

Vocês devem estar bem perdidos na história. Vamos começar pelo que nos motivou a embarcar rumo a Fortaleza: um concurso para o qual o nosso Carlinhos se inscreveu. Demorou um pouco, mas finalmente decidimos ir juntos e incluir Tommy na aventura, principalmente devido aos altos preços das passagens aéreas entre Teresina e Fortaleza e à dificuldade logística da viagem para que o nosso professor fosse sozinho. Seriam oito horas de ônibus de São Raimundo para Teresina, mais a espera no aeroporto até que o avião decolasse, o que exigiria uma pernoite em hotel.

Nosso amiguinho não quer perder um lance do que passa pela estrada

Nosso amiguinho não quer perder um lance do que passa pela estrada

SRN – TERESINA – FORTALEZA

Com a experiência que adquirimos neste curto tempo explorando o Nordeste, já tínhamos certeza de uma coisa: não seríamos fisicamente capazes nem poderíamos submeter nosso Pooh ao estresse de 12 horas de viagem ininterruptas caso quiséssemos sair de SRN e chegar a Fortaleza no mesmo dia. Por isto, na primeira ida resolvemos fazer o percurso sem pressa com uma parada em Teresina para dormir.  Com este desvio, seriam 1.094 km no total até Fortaleza.

SRN para Fortaleza

SRN para Fortaleza: nunca,  nunca encarem a BR-222 a partir de Sobral

O primeiro dia foi bastante tranquilo. Já conhecemos bem as seis horas de estrada de SRN para Teresina. As pistas da rodovia estadual PI-140 até Floriano (que fica bem no meio do caminho) e da BR-343 para Teresina são seguras. Não têm buracos e o trânsito é bastante calmo, sem muitos caminhões, até a entrada da região metropolitana.

O grande problema que não prevíamos era o trecho escolhido para o segundo dia de viagem, de Teresina para Fortaleza, pela BR-222. Na chegada a Sobral, nos deparamos com muitos buracos na pista. Como não tínhamos informações prévias, continuamos no percurso na expectativa de que iria melhorar, mas nos surpreendemos com a situação: em Itapajé não existe asfalto!

Buraqueira na BR-222 em Sobral: anúncio de que o pior está por vir!

Buraqueira na BR-222 em Sobral: anúncio de que o pior está por vir!

Toda a estrutura foi retirada para a construção de uma nova estrada. Passamos cerca de uma hora tentando vencer o barro, a poeira, a lama, a falta de sinalização e as máquinas na “pista”. Foi um terror! Não sabíamos, mas deveríamos ter pego um desvio pelo município de Itapipoca. Pagamos todos os nossos pecados e agora estamos repassando a experiência para ajudar o leitor a evitar este transtorno. Dez horas depois de termos saído de Teresina, finalmente chegamos a Fortaleza. Eu, Tommy e Carlinhos, mortos de cansados.

Caos no trecho da BR-222 em Itapajé: barro, lama, poeira e sinalização precária

Caos no trecho da BR-222 em Itapajé: barro, lama, poeira e sinalização precária

FORTALEZA – SRN

Passamos dez dias  em Fortaleza e já não aguentávamos mais de saudade da nossa casa. Carlinhos passou para a segunda fase do concurso, então teríamos apenas quatro dias para ficar em São Raimundo e resolver os últimos compromissos antes de retornar a Fortaleza para concluir a participação no certame. Na viagem de volta, já sabíamos a desvantagem que seria passar por Teresina, então resolvemos fazer o caminho direto para Picos (PI) pela BR-020.

Fortaleza para SRN

Fortaleza para SRN: 12 horas de viagem,  incluindo o intervalo para o almoço em Picos (PI)

A proposta seria dormir em Picos e terminar a viagem no dia seguinte com apenas quatro horas para São Raimundo. O hotel já estava reservado: o Picos Hotel aceita cachorros com seus hóspedes sem frescura nenhuma! Saímos de Fortaleza às 7h30 e chegamos a Picos às 14h30. Paramos para almoçar e, desesperados para chegar em casa, resolvemos terminar a viagem naquele mesmo dia.

Ligamos para cancelar a reserva e seguimos rumo a Oeiras, passando por Colônia do Piauí, Simplício Mendes e São João do Piauí. Nesta última cidade antes de São Raimundo, ainda pegamos bastante chuva, trovões, relâmpagos e raios, já às 18h30. A sorte é que a BR-020 é muito bem sinalizada para viagens noturnas no trecho que passa por dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara. Assim, chegamos sãos e salvos ao nosso lar às 19h30, exatamente 12 horas após termos saído de Fortaleza.

CUIDADOS COM TOMMY

Viagens longas exigem mais energia de todos, inclusive dos nossos peludinhos. Adotamos algumas práticas para amenizar os possíveis desconfortos que nosso Tommy poderia sentir:

– Abastecemos nosso Pooh frequentemente com água: como ele não sente enjoos nem vomita, ele nunca nega um potinho com água para matar a sede;

– Fornecemos pequenas refeições: a cada três horas, oferecemos ração em pequenas porções ou biscoitos próprios para cachorros;

– Fazemos paradas para “esticar as patinhas”: assim como nós sentimos a necessidade de ir ao banheiro durante o trajeto, Tommy também sente. Nas paradas, tiramos o rapazinho do carro (veja como usamos o ‘cinto de segurança’), passeamos e o incentivamos a fazer xixi. Se ele fizer número 2 também, estamos no lucro! Lembrando que sempre levamos saquinhos plásticos para apanhar as ‘obrinhas’. Ninguém merece pisar em cocô de cachorro por aí.

CUIDADO COM ANIMAIS NA PISTA

Durante todo o caminho precisamos redobrar a atenção com animais que cruzam a pista. É muito comum no Piauí. Tenho até pena dos bichinhos, percebemos que muitos estão em peregrinação por água e comida. Dá para ver pelas carcaças nos acostamentos e o físico denegrido do gado, só pele e osso. Ao mesmo tempo, sentimos uma certa desconfiança de que os proprietários destes animais os soltam irresponsavelmente mundo afora. Não é a toa que estes detentores podem responder criminalmente quando seus bichos invadem pistas e causam acidentes. Uma das alternativas é informar às Polícias Rodoviárias Federal (191) e Estadual (190) sobre os riscos. Geralmente a PRF dispõe de caminhões especiais para fazer o recolhimento. Acontece que o problema é tão comum em tantos trechos que fica impossível controlar. Infelizmente, duvido muito que o serviço funcione com eficácia no Piauí, mais pela enorme quantidade de bichos soltos do que pela competência dos órgãos.

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A jornada São Raimundo-Salvador

A mudança de carro de Campina Grande (PB) para São Raimundo Nonato (PI) foi um bom treino para o que estava por vir quando decidimos fixar residência no interior piauiense. Como já falei em outros posts, a nossa Serra da Capivara é uma preciosidade nordestina, mas bastante isolada de outros municípios, o que torna qualquer viagem um desafio à nossa paciência. Se antes levávamos apenas uma hora e vinte minutos entre Campina Grande e João Pessoa para estar perto de nossos parentes e amigos, agora são mil quilômetros em dois dias de carro até que possamos matar a saudade. No caso de compromissos profissionais em Teresina ou mesmo um simples fim de semana de diversão em Petrolina e Juazeiro, temos que enfrentar de cinco a sete horas de carro com Tommy à tiracolo até chegar ao destino final.

Eis que em agosto surgiu um grande desafio: 900 km de estrada e doze horas de direção para que o nosso Carlinhos pudesse defender sua tese de doutorado na Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Sim, tudo isto de carro, pois ainda não tínhamos (e ainda continuamos não tendo) onde hospedar Tommy em São Raimundo durante nossa ausência. A outra alternativa seria ir de avião de Petrolina a Salvador.

O CAMINHO

SRN – Afrânio – Juazeiro – Salvador: evitamos a estrada por Remanso devido às más condições

Em todas as nossas viagens sentido Sul, em vez de seguir por Remanso (BA) e Sobradinho – o que nos pouparia algumas horas – temos que desviar por Afrânio (PE). O trecho baiano é cheio de buracos, a estrada ainda é predominantemente de barro e há risco assaltos.

HOSPEDAGEM DE GENTE

Para encarar o longo caminho, sabíamos que não conseguiríamos dirigir isso tudo em um só dia. Afinal de contas, seriam 12 horas que se estenderiam para 14 horas somando as paradas para alimentação, banheiro e, claro, para o nosso cachorrinho esticar as patinhas. Sem levar em consideração o cansaço nosso e do bichinho. Ou seja, melhor seguir viagem devagar, dormir no caminho e transformar esta jornada em algo divertido para a família.

Família Tommy pronta para a estrada!

A parada escolhida foi o bom e velho rio São Francisco. Na pesquisa por telefone, descobri que nenhum pet shop de Petrolina (PE) ou Juazeiro (BA) trabalhava com hospedagem para cachorros. [Até então eu não havia chegado ao nome da veterinária Mariana Fontalvo, de Juazeiro, com quem deixei Tommy em dois fins de semana de outubro]. A alternativa que encontrei foi apelar para os hoteis de “gente” mesmo. Nenhuma resposta em Petrolina (definitivamente não é uma cidade “dog friendly”), mas em Juazeiro as almas caridosas do Hotel Rio Center decidiram nos aceitar.

Só posso dizer que a noite foi tensa! Passeamos na orla, fomos comer uma pizza com Tommy na coleira latindo para o garçom e, mesmo depois de um dia inteiro de distrações na estrada, o danadinho ainda estava bastante agitado quando voltamos para descansar no quarto do hotel. Nosso maior desafio era fazê-lo não latir para todo mundo que passava no corredor. Afinal, ninguém quer ser expulso de um hotel, nem arranjar inimizades com os funcionários, que poderiam nos banir para sempre da única opção de estadia que havíamos conseguido. Ao contrário do que pensamos, no outro dia de manhã fomos muito bem atendidos e não recebemos nenhuma reclamação. O hotel é bastante simples, mas o café da manhã é uma delícia e a receptividade – principalmente na nossa situação tão “delicada” – ganharam nossa simpatia.

Passeio na orla e anoitecer em Juazeiro (BA)

HOSPEDAGEM PARA CÃES EM SALVADOR

No dia seguinte, partimos para Salvador pela BR-407. Do clima semiárido sertanejo ao verde intenso e úmido do litoral, tivemos a oportunidade de ver lindas paisagens. Uma das surpresas foi a visão de longe do município de Senhor do Bonfim no inverno, encoberto por uma névoa e por uma vegetação densa. Também pudemos apreciar as grandes formações rochosas entre Riachão do Jacuípe e Feira de Santana. A passagem por Feira, inclusive, foi bastante demorada por causa de uma obra. Dor de cabeça naquela época, mas hoje é apenas um pequeno incômodo nas ótimas lembranças que trouxemos da nossa semana na terra de todos os santos!

Formações rochosas são uma atração de encher os olhos na estrada baiana

Na chegada a Salvador, fomos direto ao pet shop onde deixaríamos Tommy hospedado. Havíamos feito duas reservas, uma na casa de um veterinário e outra em um canil. Se não tivéssemos nos prevenido, tudo teria dado errado. Isto porque quando chegamos ao Vip Dog e Cia., cujo proprietário iria receber Tommy em sua casa, fomos orientados por uma funcionária apenas a deixar o nosso peludinho no pet shop e de lá ele seria levado para a casa. Não teríamos a oportunidade de conhecer as instalações para onde ele seria levado e sequer tivemos contato com o veterinário que iria se responsabilizar por ele. Ou seja, negócio desfeito. Profissionalismo zero, portanto confiança zero da nossa parte. Saímos do pet shop localizado no bairro da Pituba para nunca mais voltar. Somente cinco depois foi que recebemos uma ligação do veterinário para saber o que havia acontecido. Sim, cinco dias até perceberem que algo havia dado errado.

A salvação foi a segunda alternativa que havíamos deixado reservada. A Clivepa, localizada na praia de Patamares, compensou a dor de cabeça inicial nos atendendo com todo o profissionalismo necessário. O estabelecimento trabalha com pet shop, salão de beleza, hotel e clínica. Há um espaço para pacientes e outro separado para os hóspedes, portanto eles não têm contato. Cada cachorro fica em um canil e passeia uma vez por dia. Não é o meu sonho de hotelzinho, mas o espaço dos canis é bastante amplo e os funcionários têm afinidade com os bichinhos, o que me deixou mais aliviada.

Canil da Clivepa é espaçoso (Foto: Divulgação/Site da Clivepa)

Primeiro, Tommy foi levado para uma “consulta”: na nossa presença, ele foi examinado e a carteira de vacinação foi avaliada com todas as comprovações de vacinas e procedimentos necessários para a hospedagem (vacinas antirrábica, tosse de canil e polivalente e coleira TEA antipulgas/carrapatos ou aplicação de Frontline). Também aproveitamos para solicitar a coleta de sangue para o exame que permite a vacina contra leishmaniose (explicaremos em outro post).

Nos dias seguintes da hospedagem tivemos a oportunidade de ligar algumas vezes para checar como o nosso Tomilho estava se saindo. Os atendentes consultavam a ficha com um histórico do dia e nos repassavam as informações. Como o estabelecimento funciona 24 horas, sempre havia um veterinário de plantão para nos prestar informações. Fizemos uma visita durante a semana para acompanhar a coleta de sangue para o exame da leishmaniose e pudemos amenizar a saudade. No fim do período, nosso filhote foi devolvido tomado banho e cheiroso. O resultado do exame, que só sairia em alguns dias, foi enviado por e-mail.

Nossa avaliação da Clivepa foi positiva, devido à disponibilidade da equipe em tirar nossas dúvidas por telefone e em abrir o espaço para que pudéssemos fazer visitas diárias, embora não tenha sido necessário irmos todos os dias. É o tipo de hotelzinho que funciona sempre como uma alternativa caso não encontremos a hospedagem ideal, que permite mais liberdade aos bichinhos, com mais atividades de lazer e creche, a exemplo do Pet of Dreams, em Teresina.

*Durante nossa estadia em Salvador, nos deparamos com um “estacionamento para cães” na delicatessen onde tomávamos café! Escrevi um post sobre esta curiosidade, vai lá!*

VOLTA PARA CASA

No retorno, voltamos ao Hotel Rio Center (de Juazeiro) para dormir e deu tudo certo. Porém, não poderíamos deixar de registrar um momento muito agradável da viagem ainda em estrada baiana. Depois de passarmos duas horas no trânsito somente para sair de Salvador e de pegarmos mais uma hora de congestionamento nas obras de Feira de Santana, paramos para almoçar em um restaurante muito simpático, limpo, organizado e bem decorado na BR-324. Infelizmente, o tempo traiu a minha memória e eu não consigo lembrar o km nem o nome exato do local! Sei que a comida é mineira e o restaurante tem jeitinho de casa de sítio! Uma beleza!

Além da refeição deliciosa, eu e Carlos pudemos nos revezar enquanto o outro cuidava de Tommy. Não faltou distração. O nosso peludinho fez amizade com um baby bode e ficou de olho nos bichinhos que são criados na redondeza. Foi uma experiência agradável que diminuiu o estresse da saída de Salvador e Feira. Recomendamos a parada! A única referência que tenho para dar é que o estabelecimento fica no sentido Feira – Salvador. Vale a pena!

Tommy acossando o baby bode: amor à primeira vista

Curiooooso…

SERVIÇO

Hotel Rio Center
Rua Conselheiro Saraiva, 32, Juazeiro – BA
(74) 3611-2103

Clivepa
Clínica 24 horas, salão de beleza, pet shop e hotelzinho
Avenida Otávio Mangabeira, 2159 A, Patamares, Salvador – BA
(71) 3461-0666/0667
http://www.clivepa.com.br/

*Este post NÃO É publicitário

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