Monthly Archives: Outubro 2012

Hospedagem caseira em João Pessoa

Recebi alguns pedidos de dicas de hospedagem em João Pessoa, minha terra natal, então resolvi escrever este post para ajudar tanto as pessoas que moram na capital paraibana e precisam deste serviço quanto aqueles que querem passar umas férias por lá e vão levar o cachorrinho junto. Adianto logo uma má notícia: os hotéis paraibanos ainda não estão acostumados com a política “dog friendly”, por isto é muito difícil hospedar o seu pet junto com a família. Os restaurantes também não são familiarizados com os bichinhos, o que dificulta bastante os passeios para quem é de fora. Por isso, o ideal mesmo é se planejar e procurar um hotelzinho especializado, onde você possa deixar o seu bichinho sem se preocupar ou fazer visitas quando a saudade bater.

Confesso que estou desatualizada em relação ao “mercado veterinário” de João Pessoa. Saí da cidade em outubro de 2010 e, a cada visita, fico assustada com a quantidade de estabelecimentos comerciais que surgem cada vez mais ‘suntuosos’ e modernos. São restaurantes, bistrôs, lojas de roupas, clínicas e pet shops novos em cada esquina, portanto não sou a pessoa mais indicada para falar sobre o que há de novidades no segmento de hospedagens para cães. No entanto, posso falar com propriedade sobre os dois anos que eu e Carlinhos passamos na cidade com Tommy – e quem nos socorria quando precisávamos viajar sem ele!

Na falta de uma imagem da hospedagem, vai uma foto de Tommy em 2009: topete antes de Neymar

Não chegamos a conhecer nenhum canil espaçoso e confortável. Todos os pet shops e veterinários com quem tivemos contato nos relatavam hospedagens em gaiolas. Poderiam até existir canis do jeitinho que a gente procurava, mas nunca os encontramos. Até que chegou às nossas mãos o telefone de dona Suzana, uma senhora que abre as portas de sua própria casa no bairro do Cabo Branco para receber os cachorrinhos de fora. É o que chamamos de hospedagem caseira, assim como aquela da veterinária Mariana Fontalvo, em Juazeiro (BA). No caso de Suzana, ela já teve experiência com pet shop e por isso trata dos bichinhos com bastante segurança e sabedoria.

Na casa dela os hóspedes ficam livres para brincar com os cachorros que já são criados por lá. O espaço é amplo, tem um gramado bem verdinho e conservado e, claro, os bichinhos fazem novas amizades. Foi o primeiro tipo de hospedagem que Tommy conheceu, no Carnaval de 2009, quando passamos uma semana em Salvador. Apesar de (sempre) agir meio desconfiado nos primeiros dias, nas demais ocasiões ele já descia do carro ansioso para entrar na casa.

Com o auxílio de duas ajudantes, os cachorros socializam aos poucos uns com os outros até ficarem acostumados com todos os coleguinhas. A alimentação é fornecida pela própria casa e, no fim da estadia, o peludinho toma um banho e volta cheirosinho para seu dono. O valor da diária depende do porte do bichinho. Caso o proprietário prefira, ele pode levar a ração do seu cachorro.

A hospitalidade de d. Suzana já foi tema de reportagem na TV Cabo Branco, mas infelizmente o vídeo não está disponível online pois foi postado antes da transição do site Paraíba1 para G1 Paraíba. Por várias vezes confiamos Tommy a Suzana e sua equipe e ele sempre voltava para casa revigorado. Alguns “pais” deixam seus filhotes lá somente para passar o dia, principalmente quem mora em apartamento. É um serviço que alguns pet shops chamam de creche e outros usam o termo em inglês, “day care” (dá no mesmo).

Para os interessados, o telefone de contato é o (83) 3247-6321.

Por se tratar de uma residência, decidi preservar a privacidade de d. Suzana e não fornecer o endereço. No contato telefônico será possível ter mais detalhes diretamente com ela.

Dica dada, serviço cumprido! Boa sorte a todos!

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Vale do São Francisco (parte 3): turismo

Como disse em um post anterior, finalmente tivemos a oportunidade de conhecer Petrolina e Juazeiro como turistas. Curtir mesmo, sem nenhuma preocupação ou compromisso. Tommy não participou dos passeios, mas posso garantir que ele ficou bastante confortável brincando com a bicharada na hospedagem da Veterinária Fontalvo (leia aqui os detalhes). Seguimos rumo ao Vale do São Francisco para o feriadão de Nossa Senhora da Conceição/Dia das Crianças, mas tivemos a oportunidade de voltar exatamente uma semana depois e fizemos mais alguns passeios.

Ponte Petrolina-Juazeiro: dois estados, um só rio (não reparem o tempo nublado, num instante passou)

BODÓDROMO

Na sexta-feira (12), chegamos a Petrolina bem na hora do almoço, então nada melhor do que matar a saudade do Bodódromo apreciando as carnes oficiais do povo nordestino: bode e carneiro. Aqui em casa preferimos o carneiro. Pode ser na brasa ou o filé na chapa, sempre ficamos com água na boca só de pensar. Chegando ao local, já nos surpreendemos com a infraestrutura e suas melhorias desde que estivemos lá pela última vez, há cinco anos. Bastante vaga para estacionamento, ambiente limpo e arborizado, muitos restaurantes organizados, decoração bacana. Tudo concentrado em um só lugar. Almoçamos um dia no Bode do Curaçá e no outro no Geraldo, ambos aprovados. Soubemos que à noite fica lotado, com grupos tocando forró, pagode, samba… tipo de programa que preferimos evitar, mas fica a dica para quem gosta.

Achei que Campina Grande (PB), nosso antigo lar, poderia se inspirar em Petrolina para criar um local assim, que funcionasse o ano inteiro, não se limitando apenas às barracas do São João no Parque do Povo. Tudo bem, são os mesmos restaurantes que podemos encontrar nas ruas de Campina Grande abertos de janeiro a dezembro, mas vamos combinar que o apelo turístico em todas as épocas do ano cresce muito mais quando existe uma “marca” (tal como Bodódromo) e um point para turistas e moradores frequentarem o ano todo.

Bodródomo: muita comida típica, estacionamento amplo e organização. Olha um Camaro branco!

PIZZARIA ROMEU E JULIETA

Para o jantar, resolvemos conhecer a pizzaria Romeu e Julieta, em Juazeiro. Já tínhamos pedido quando estávamos hospedados em um hotel de Juazeiro em viagem a Salvador em agosto. O ambiente é inspirado em um castelo medieval, guardadas as devidas proporções, e a pizza que chamo de Marguerita (mas lá tinha o nome de Napolitana) estava muito saborosa! Massa artesanal, forno a lenha e muito queijo.

Clima medieval e forno a lenha na pizzaria Romeu e Julieta, em Juazeiro

ILHA DO RODEADOURO

No sábado (13) seguimos para a Ilha do Rodeadouro. Cerca de 45 minutos de carro e chegamos à Travessia do Juarez, para pegar o transporte de Petrolina à ilha, que fica no rio São Francisco. Do outro lado, avistamos o território baiano. Foram R$ 3 de passagem por pessoa, incluindo a ida e a volta.

Travessia do Juarez leva à Ilha do Rodeadouro

Na ilha, as atrações são mesmo a água para quem quer aliviar o calor (é cristalina e parece limpa, mas não sou especialista) e os bares, onde o pessoal toma uma cerveja, caipirosca, água de coco, come peixe fresquinho… Eu fiquei na caipirosca e no substancioso caldinho de surubim. Ainda há famílias que acampam na ilha. O que mais emociona na bela vista é saber que este mundo de água corre no meio do Sertão.

Sol fervendo e água gelada: não tive coragem!

Preferimos guardar o apetite para almoçar no restaurante temático Carranca Gulosa, lugar bem nordestino na costa do São Francisco, ao lado do ancoradouro da Travessia do Juarez. Música ao vivo, vários ambientes com linda decoração rústica, cardápio de dar água na boca e preços justos. Adoramos o clima, ainda mais porque sentamos apreciando a vista maravilhosa para o Velho Chico (caso de amor²).

Jardim de entrada para o restaurante tem lago e peixinhos à nossa espera (Foto: Divulgação)

Prato principal: moqueca de arraia caprichada no azeite de dendê; influência baiana

VINÍCOLA SANTA MARIA – RIO SOL

No domingo pela manhã, logo cedinho às 7h, partimos em direção ao município de Lagoa Grande (PE), vizinho a Petrolina. Foi cerca de uma hora de viagem até nosso destino, a vitivinícola Santa Maria, onde são produzidos os vinhos dos rótulos Rio Sol, Paralelo 8, Rendeiras, Vinha Maria, Matuto e Adega do Vale. Nossa visita foi agendada com três dias de antecedência. São dois horários por dia (de segunda a sábado), mas já estava tudo lotado por causa do feriado. Apesar disto, um dos enólogos, Eldo, abriu uma exceção e nos recebeu no domingo. O ingresso custa R$ 10, mas o pagamento é dispensado caso o visitante faça compras na lojinha de vinhos.

Uvas cabernet sauvignon direto do pé na vitivinícola Santa Maria

Tivemos a oportunidade de passear entre os parreirais e provar as uvas in natura, direto do pé. Nunca pensei que iria experimentar uma Cabernet Sauvignon desta forma. Confesso: é uma delícia! Muito doce e apurada, um deleite! Caminhando pelas terras o nosso guia nos explicou como são feitas as pesquisas para desenvolver as mudas, como as plantações são mantidas, como funciona a colheita e deu detalhes sobre cada tipo de uva cultivada lá.

O que diferencia o Vale do São Francisco do Sul brasileiro e das terras europeias é o clima semiário, com sol o ano inteiro, sem interferência de chuvas e o maior controle das pragas. Com o moderno processo de irrigação a partir das águas do São Francisco, é possível manter de duas a quatro colheitas ao ano, enquanto nas outras regiões é feita apenas uma colheita. Vimos plantas referentes às quatro estações do ano: brotando como na primavera, folhas  caindo como no outono, podadas como no inverno e vistosas como no verão.

A forma de plantio de uva mais bela que conheci, na vitivinícola Santa Maria, da Rio Sol

Conhecemos também o maquinário da fábrica, vimos como funcionam a fermentação e o armazenamento dos vinhos e espumantes e como eles são envelhecidos em barris de carvalho para chegarem às nossas mesas como vinhos finos de reserva, os mais apreciados da Rio Sol.

Vinhos e espumantes produzidos na Santa Maria, em Lagoa Grande (PE)

VINÍCOLA OURO VERDE – GRUPO MIOLO

Depois desta visita à vinícola Santa Maria, pensávamos que não teríamos tão cedo a oportunidade de voltar a Petrolina e Juazeiro. Fizemos nossas malas e embarcamos no carro à tarde para São Raimundo Nonato, mas logo um novo compromisso surgiu e uma semana depois, na sexta-feira (19), já estávamos de volta ao São Francisco. Desta vez, tínhamos apenas um dia para curtir e sabíamos exatamente o que fazer: conhecer o Balneário das Pedrinhas, em Petrolina, e a vinícola Ouro Verde, pertencente ao grupo Miolo, em Casa Nova (BA). Tudo isto na mesma sexta-feira, após as cinco horas de viagem saindo de SRN.

Após a colheita, uvas esperam para virarem o brandy (conhaque) Osborne; sabor forte

Também precisamos ligar com alguns dias de antecedência para a vinícola Ouro Verde e marcar a ida. Custou R$ 10 por pessoa, que não são convertidos em consumação. O modelo de visita é diferente: permanecemos basicamente na área industrial, conhecendo as etapas de seleção das uvas, fermentação, produção do álcool e espumante, reserva em barris de carvalho e engarrafamento. Não há contato direto com os parreirais, apenas a vista. Lá são produzidos os espumantes Terranova, os vinhos Almadén e o brandy Osborne.

A vantagem é que tivemos um minicurso de degustação de vinhos, com tinto, espumante e o brandy. Aprendemos a avaliar a cor, o aroma e o sabor. Bem agradável para marinheiros de primeira viagem! A aula foi feita em ambiente climatizado da vinícola e ministrada pelo enólogo que nos guiou na visita. Já estava inclusa no valor do ingresso.

Vinhos de reserva da fazenda Ouro Verde envelhecem nos barris

BALNEÁRIO DAS PEDRINHAS

Depois de conhecer a vinícola, seguimos direto para o Balneário das Pedrinhas, em Petrolina. Mais de uma hora de viagem depois estávamos lá a tempo de ver o por do sol. O local estava bem calmo, mas acho que devia ser o horário. Tem muitos bares e se assemelha a uma orla marítima mesmo. Imagino que as manhãs nos fins de semana devam ser bem movimentadas. Nos sentamos no bar 2 Irmãos e escolhemos um peixe bem fresquinho, um tucunaré. Frito e crocante, delicioso! De lamber os dedos!

Balneário das Pedrinhas: ótimo para comer um peixe frito e ver o por do sol

Tempo nublado, água gelada… estamos mesmo no Sertão?

Flagra do transporte escolar aquático para as comunidades ribeirinhas

E assim chegou ao fim a nossa aventura! Foi maravilhoso ter a oportunidade de voltar mais um fim de semana para terminar de conhecer os principais pontos turísticos de Petrolina e cidades vizinhas. Ainda estamos devendo umas visitas mais aprofundadas em Juazeiro e região. Ficamos só na vontade de conhecer a casa de João Gilberto e a barragem de Sobradinho, por exemplo, mas estes programas ficam para a próxima!

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Vale do São Francisco (parte 2): hospedagem em Juazeiro (BA)

Nesta nossa viagem a Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), novamente tivemos que começar a procurar uma hospedagem para Tommy com antecedência. Apesar de conhecermos um hotel em Juazeiro que aceita a pernoite com o cachorrinho no quarto, desta vez preferimos pesquisar um lugar exclusivamente para Tommy, pois tanto ele quanto nós ficaríamos dois dias à vontade, sem as preocupações com latidos desagradáveis em um hotel.

Tommy, Carlinhos e o cavalo Raco; sim, nosso Pooh conheceu até um equino!

A busca começou ainda em setembro. Ainda não tínhamos certeza de quando viajaríamos, mas sabíamos que em algum momento o São Francisco seria nosso destino, por isto precisávamos de informações. Google em ação e telefone na mão, liguei para todos os pet shops de Petrolina que surgiram na internet, mas nenhum oferecia a acomodação que nós achamos que Tommy merece, nem um canil sequer para contar história. Em um estabelecimento, o funcionário disse que o cachorro ficaria trancado em um quarto. Em outros, era o velho esquema da gaiolinha (sinto náuseas só de pensar). Para mim, gaiola só serve para cachorro ou gato que vai passar uma manhã ou tarde esperando para tomar banho. Hospedagem assim, nunca! Isto tem nome: maus-tratos.

Redirecionando a busca por hotéis para pets em Juazeiro, não encontramos canis disponíveis, mas sim a casa da veterinária Mariana Fontalvo, que também tem uma clínica na cidade. Li seu blog e telefonei de imediato para saber como funcionava: a casa tem um espaço amplo e o cachorrinho ficaria solto com os demais que já são criados por lá. Tudo sob o supervisão da própria veterinária e de seu marido, Fábio, para que o visitante possa se adaptar aos novos coleguinhas.

O gato High Lander: falta um olho, mas sobra sagacidade felina

Havia quase dois anos que Tommy não passava por um hotelzinho estilo casa de família. Ele se deu muito bem em um do mesmo tipo quando morávamos em João Pessoa. Foi a primeira experiência do nosso Pooh com hospedagem e, às vezes, quando íamos deixá-lo no local, ele já saltava do carro ansioso para entrar na casa. Depois vou dar detalhes sobre este hotelzinho familiar. As pessoas lá são bem atenciosas.

Como já fazia algum tempo, nosso medo era de que ele estranhasse os bichinhos de Mariana. De toda forma, precisávamos desta nova experiência e reservamos as diárias. Lá Tommy conheceu vários amiguinhos, entre SRDs e pinschers, o gatinho High Lander e até um cavalo e jabutis. Segundo Mariana, ela foi soltando os cachorrinhos aos poucos para que eles se cheirassem e se conhecessem sem tumultos e assim foi controlando a situação. Neste ínterim, ligamos uma vez para saber como tinha sido a primeira ‘dormida’, mas estava tudo tranquilo.

Tommy e a simpática Aurora, piscando para a foto: das mais ‘dadas’, ela é do tipo que entraria no carro e viria para SRN

Tommy ficou do meio-dia da sexta-feira (12 de outubro) até as 13h do domingo. Quando voltamos para buscá-lo, ele estava enturmado no meio da bicharada, tomado banho, cheiroso, vestido com uma linda gravata de tecido não descartável e vacinado contra carrapatos apenas por precaução (lembrando que ele já usa a coleira TEA). O valor da diária varia de acordo com o porte do bichinho. No caso de Tommy, ficou por R$ 40 já incluindo a alimentação. Nada de ração: carne e legumes cozidos sem tempero para toda a cachorrada. O banho e a vacina não estavam incluídos na diária, mas considerados necessários.

Pontos para todos nós: eu e Seu Carlinhos pudemos passear à vontade e o nosso Tommy finalmente socializou com seus pares. Fiquei muito contente. Ele está um rapazinho!

Contatos:
Veterinária Fontalvo – Juazeiro (BA)
Blog: http://veterinariafontalvo.blogspot.com.br/
F
acebook: http://www.facebook.com/veterinaria.fontalvo
Telefone: (74) 8804-1550

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Vale do São Francisco (parte 1): a rota

Uma das vantagens de morar em São Raimundo Nonato (PI) é a possibilidade de explorar destinos turísticos de vários estados vizinhos a distâncias bem semelhantes. Em um raio de, no máximo, oito horas de viagem podemos chegar às capitais Teresina e Fortaleza, além de municípios encravados no interior do Maranhão, Tocantins, Bahia, Pernambuco e Ceará. Locais que preservam uma beleza natural riquíssima, ainda desconhecida de muitos turistas que não olham para o interior do Brasil. Que tal, em vez de gastar uma pequena fortuna viajando à Europa, conhecer a grande diversidade ecológica e cultural do próprio Nordeste?

Esta é uma das filosofias da família Karol/Seu Carlinhos/Tommy. Fomos a Teresina e Salvador de carro a trabalho, mas agora em outubro fizemos pela primeira um passeio realmente a lazer, sem nenhum compromisso que não fosse apenas a diversão. Nossos destinos foram Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), cidades abençoadas pelas águas do rio São Francisco no Alto Sertão nordestino. Já havíamos passado por ambas há cinco anos na ocasião de um concurso público e em agosto de 2012, quando nos dirigíamos a Salvador. Como eu disse antes, finalmente a região foi a protagonista de uma viagem unicamente por turismo e… uau! Tínhamos muito para ver! Voltamos para casa satisfeitos e emocionados por termos explorado de forma mais digna esta joia rara que é  o São Francisco, pelo menos uma vez na vida.

Tommy e sua atividade favorita na viagem: observar atentamente a estrada

A ROTA

Saímos de carro de São Raimundo na manhã sexta-feira (12), aproveitando o feriadão de Nossa Senhora da Conceição/Dia das Crianças. Com Tommy no banco de trás devidamente amarrado em sua coleira peitoral/cinto de segurança, seguimos rumo a São João do Piauí, passando por várias cidades e povoados pequenos (minúsculos). São muitas curvas, ladeiras subindo e descendo a Serra da Capivara (muito enjoo), uma verdadeira montanha-russa até chegarmos a Afrânio (PE) e seguirmos reto (toda a vida) até Petrolina. São quatro horas e meia de viagem de carro. Para quem tem muito cuidado (como nós) com os incontáveis animais que cruzam a pista, o percurso chega a durar cinco horas.

Saindo de SRN para Petrolina/Juazeiro, por São João do Piauí e Afrânio

Sinceramente? É fichinha perto das seis horas e meia para Teresina. Pelo fato de SRN ser uma cidade muito isolada, já nos conformamos e nos acostumamos com estas cinco horas até a “cidade grande” mais próxima. (Ou seja: a BR-230 e suas míseras 1h20 entre Campina Grande e João Pessoa não significam mais nada, *risos*).

Se você olhar direitinho no Google Maps, vai perceber que existe um caminho bem mais curto para chegar às cidades banhadas pelo São Francisco. Seria a estrada entre São Raimundo e Remanso (BA). O grande porém da história é que praticamente não existe estrada. O caminho está repleto de buracos e não foi recapeado, se resumindo a uma grande aventura pelo barro, com riscos de assaltos e acidentes. É esta a rota feita pelos ônibus que saem de Petrolina para São Raimundo e vice-versa, porém a viagem é longa. O que deveria se resumir a três horas chega a durar mais de seis. Moral da história: o desvio por Afrânio é inconveniente, mas muito mais seguro do que Remanso.

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Petrolina/Juazeiro, aqui estamos!

E aí, galerinha viajante? O nosso Tommy embarcou em uma nova aventura com o papai Seu Carlinhos e a mamãe Lalá neste feriado de Nossa Senhora Aparecida/Dia das Crianças. Em breve traremos novidades no blog sobre as opções de hospedagem e lazer neste grande polo econômico e turístico do Sertão nordestino: Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Fiquem ligados!

Tommy já animado para uma nova aventura em Petrolina e Juazeiro

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O muído das eleições

Tommy não perde um ‘muído’, como dizemos na Paraíba. Aqui em casa, estamos eu e Seu Carlinhos concentrados na frente do computador neste domingo (7) de eleições para acompanhar em tempo real os resultados em nossas terras: João Pessoa (PB), Campina Grande (PB) e São Raimundo Nonato (PI). Tommy, é claro, deu um pulo no meu colo para fuçar a mesa! =)

Aqui ficamos na torcida que algum, pelo menos um, vereador assuma a luta pelos direitos dos animais e olhe para os bichinhos que vivem nas ruas nas três cidades queridas do nosso coração. É uma causa que deve ganhar cada vez mais força e pressão popular.

Tommy curioso no ‘muído’ das eleições aqui em casa

Fora a bagunça, estamos aqui concentrados para minimizar os efeitos da queima de fogos que vai ter mais tarde na festa de comemoração aqui em SRN. Com certeza nosso Pooh vai ficar angustiado, assim como foi em todos os comícios aqui nas proximidades do nosso bairro. Cachorro sofre, viu?

Tommy me descabelando; muita paciência mais tarde para aguentar os fogos

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Brinquedo Proibido

[Momento melancólico on]

Filmes sobre/com cachorros nunca são fáceis para mim. A aflição é grande ao acompanhar histórias onde os bichinhos morrem, sofrem ou são perseguidos, mesmo que o final seja feliz. Não tem gênero que me satisfaça com relação a isto: nas comédias eles são levados mas geralmente estão sendo perseguidos por um vilão, nas aventuras eles desafiam as leis da física e nos dramas eles morrem. Ou seja, agonia total para mim, mesmo que o objetivo do filme seja divertir. Em Cavalo de Guerra, por exemplo, o personagem em questão sofria tanto que eu chorei três vezes durante os intermináveis 146 minutos.

Paulette e o cachorrinho

Paulette e o cachorrinho morto: apego ao único bem que lhe resta após um bombardeio

Tudo isto para dizer que eu odeio filme com bichinhos, mas infelizmente só decidi parar de vê-los depois de Cavalo de Guerra, ou seja, no começo deste ano. O que significa que durante todo o meu caso de amor com o cinema, que já dura uns 15 anos, eu já vi muito, mas muito filme sobre cachorro. Hoje me peguei pensando em um deles e não poderia deixar de compartilhar. Apesar de retratar uma realidade tão cruel, é uma obra de arte indispensável para quem não vive sem os pets: Brinquedo Proibido (Jeux Interdits, França, 1952, p&b, 102 min).

O drama de guerra é dirigido por René Clément (O Sol por Testemunha) e tem como pano de fundo a 2ª Guerra Mundial, quando uma menina de cinco anos de idade fica órfã durante a ocupação nazista em um campo de refugiados. Desorientada após o bombardeio, a pequena sobrevivente Paulette se apega ao que lhe resta, o cadáver de seu cachorrinho, e com ele à tiracolo, ela vaga pelos campos e é encontrada por um garoto de 10 anos em uma fazenda, sendo acolhida pela família dele.

É preciso ter o coração forte: Paulette sofre, e não é pouco. Sempre com o seu cachorrinho morto no colo, se apegando  ao último bem que lhe restou do ataque. Em meio ao clima de medo vivido pelos adultos, as crianças começam uma singela amizade, onde a inocência é substituída por um sentimento de respeito à morte. Juntos eles criam um cemitério de animais, “inaugurado” com o enterro do cachorrinho.

Brinquedo Proibido

Paulette e o amiguinho: ritual de enterro dos bichinhos

Apesar de me deixar deprimida, a beleza do filme está mesmo na tristeza e na compreensão da realidade destas crianças. Não falei de Marley & Eu porque, convenhamos, todos já assistiram e ele está níveis e níveis abaixo da poesia e da profundidade psicológica da obra-prima que é Brinquedo Proibido. Eu o indico porque, a morte é algo do que ninguém irá fugir. Penso muito por quantos anos meu Tommy vai me dar a alegria de viver e quero estar preparada quando chegar a hora dele partir.

Interessou-se? Que tal uma cena do filme?

[Momento melancólico off]

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