Mapa

Quixadá (CE) – João Pessoa (PB): o caminho

Esta foi a primeira vez que visitamos nossa terra natal, João Pessoa (PB), desde que nos mudamos de São Raimundo Nonato (PI) para Quixadá (CE) em março. Apesar de já estarmos bem acostumados com as longas horas de estrada, estávamos receosos devido a um intenso tiroteio que ocorreu em Quixadá na mesma semana da viagem. Três policiais militares foram mortos e um ficou ferido no confronto com assaltantes fortemente armados no distrito de Juatama. Tínhamos medo de que ainda houvesse suspeitos escondidos pelo interior interceptando veículos.

Resolvemos encarar a viagem de dia, como sempre. Tínhamos várias opções de percurso: indo por Cajazeiras (PB), por Caicó (RN) ou por Natal (RN). Este último foi o nosso escolhido. Além de ser teoricamente o caminho mais curto e rápido, já tínhamos circulado bastante pela rodovia entre Mossoró e Natal, portanto, conhecíamos bem o destino. Pensamos também nos trechos duplicados de rodovia e em como isto encurtaria o tempo.

Cerca de 650km de Quixadá a João Pessoa

Cerca de 650km de Quixadá a João Pessoa

Colocamos Tommy na caixinha de viagem e saímos de Quixadá às 8h30 em direção a Limoeiro do Norte. Detalhe: em 2012, quando Carlos foi aprovado em concurso público pela UECE, inicialmente sua vaga seria para Limoeiro do Norte. No entanto, ele foi convocado em 2015 para uma vaga em Quixadá. Ele aceitou o convite e cá estamos! Assim, passamos pela nossa “ex-futura cidade” (Limoeiro) pela primeira vez. Achamos bem interessante a forma como a cidade é organizada e limpa. As ruas são mais amplas e arborizadas, um pouco diferente de Quixadá, que aparenta ser mais antiga.

Depois de Limoeiro do Norte, tínhamos duas opções: seguir por Russas ou por Quixeré. O mapa apontava que o caminho por Quixeré seria 10km mais curto, por isso fomos por ele. Também tínhamos a informação de que a estrada de Russas estava em obras, no entanto, quando retornamos soubemos que ela já havia sido liberada. Inclusive, estaria mais agradável de transitar, não sendo tão estreita (e sem acostamento), como a estrada de Quixeré.

BR-304 recentemente reformada entre Baraúna (RN) e Russas (CE)

RN-015/CE-356: recentemente reformada entre Baraúna (RN) e Russas (CE)

Logo, logo, chegamos a Baraúna, no Rio Grande do Norte. Em apenas três horas estávamos em Mossoró, grande polo do interior do estado vizinho. Almoçamos lá mesmo, em uma churrascaria na estrada. De resto, só tivemos estresse entre Macaíba e Parnamirim, onde pegamos trânsito muito lento devido à obra de duplicação da BR-304. De Parnamirim para João Pessoa já é tudo duplicado, então assim que saímos da zona urbana viajamos bem tranquilos, no tapete.

Chegamos a João Pessoa às 18h30. Foram exatamente 10 horas de viagem, contando com as paradas para almoço e abastecimento, o engarrafamento na região metropolitana de Natal e o trânsito de entrada na capital paraibana pela BR-230. No retorno, fizemos o mesmo caminho em 9 horas, pois não pegamos trânsito intenso nestas regiões citadas acima.

Quixadá e seus monólitos vistos de longe.

Quixadá e seus monólitos vistos de longe.

CUIDADOS COM TOMMY

Já falamos sobre os cuidados com Tommy nas longas viagens de carro, mas não custa relembrar:

  • Ele é transportado na caixinha de viagem. Dentro dela colocamos um tapete macio.
  • Aproveitamos as paradas nos postos de combustíveis e no almoço para passear com ele, colocá-lo para fazer xixi, tomar água e comer.
  • Sempre levamos a carteira de vacinação em um local de fácil acesso no carro.
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São Raimundo (PI) – Quixadá (CE): a mudança

Finalmente chegou o dia que tanto esperávamos havia mais de três anos: a Universidade Estadual do Ceará (Uece) convocou Carlos para o concurso no qual ele havia sido aprovado em 2012. Não nos entendam mal: gostávamos de morar em São Raimundo Nonato, estávamos adaptados, porém o isolamento da cidade e as longas viagens de dois dias na estrada (ou 12 horas contando carro + avião + carro) para chegar a João Pessoa estavam nos deixando exaustos. Até uma simples ida a Petrolina já era cansativa. Ainda por cima, passagens de avião caras para qualquer lugar do país para onde precisássemos ir.

Despedida do Alto do Cruzeiro

Despedida do Alto do Cruzeiro

Enfim… dentro das nossas perspectivas, uma mudança para o Ceará seria muito bem-vinda. E ela aconteceu!

Recebemos a notícia da convocação em dezembro de 2015. A nomeação só saiu no Diário Oficial de fato em março de 2016. Vinícius já estava bem adaptado à escola em São Raimundo, Tommy já acostumado e sempre entusiasmado quando precisávamos viajar de carro e deixá-lo no hotelzinho em Petrolina.

No entanto, agora tínhamos apenas um mês para organizar tudo e ir embora.

Contratamos a empresa Granero, que desmontou, embalou, transportou e montou tudo de nossa casa. Levamos em nosso carro documentos, alguns eletrônicos e roupas.

Material da mudança pela Granero

Material da mudança pela Granero

DESPEDIDAS

Tivemos emocionantes despedidas dos amigos e colegas de trabalho, sempre regadas a palavras sinceras sobre o companheirismo dos últimos quatro anos vivendo em São Raimundo. A sensação de todos é de que formamos uma família lá, nos apoiando na ausência e na distância de nossos parentes de sangue.

Chorei. Muito. Chorei tudo o que eu tinha direito, por vários dias antes de fechar pela última vez a casa onde passamos quatro anos. Chorei vendo o quarto que decorei com tanto carinho para meu filho, meu Vinícius são-raimundense, nascido naquela terra do Piauí, filho da Serra da Capivara, que levarei para sempre em minha família e meu coração. Chorei pensando nas horas sem fim que vivi em trabalho de parto dentro daquela casa. Nos dias deitada na rede esperando Vini nascer, depois nos dias deitada o amamentando.

Chorei pensando nas amizades/irmandades que lá conquistei. Lembrando que lá passei no vestibular de novo, comecei um novo curso, redirecionei minha carreira atuando como professora, tive dezenas de alunos que até hoje dizem sentir minha falta.

Até que era hora de colocar Tommy na estrada de novo para que ele conhecesse sua nova casa.

A ESTRADA

Saímos de São Raimundo para Quixadá cedinho, por volta das 7h30, pela BR-020, minha boa e velha estrada por onde eu viajava a cada 15 dias para estudar em São João do Piauí. Passamos por Simplício Mendes e Isaías Coelho. Neste último município há uma obra de uma ponte sobre o rio Canindé que há anos ameaça cair, mas recentemente o governador do Piauí liberou mais recursos. Será que finalmente acabam esse serviço? Bem, há um desvio tranquilo, sem água, por onde passamos enquanto a obra acontece.

Até mais, São Raimundo!

Até mais, São Raimundo! Vista para a Serra da Capivara.

Obra na ponte sobre o rio Canindé em Isaías Coelho (PI)

Obra na ponte sobre o rio Canindé em Isaías Coelho (PI)

Desvio

Desvio

Desvio

Desvio

Continuação da BR-020 após a ponte: boas condições

Continuação da BR-020 após a ponte: boas condições

De lá seguimos para Picos ainda pela BR-020, passando por Itainópolis. Paramos para almoçar cedinho e dirigimos rumo a Tauá (CE), onde entramos para a BR-404. Direto para Quixeramobim, chegando rapidinho a Quixadá.

Foram 700km, em cerca de 8 horas de viagem contanto com a parada para o almoço.

Monólitos anunciam chega a Quixadá

Monólitos anunciam chega a Quixadá

EPISÓDIO

Pela primeira vez, Tommy não se sentiu bem na viagem. Antes de chegarmos a Picos, ele teve um desarranjo intestinal e fez número 2 na caixinha de viagem. Por sorte, estava durinho e tínhamos bastante papel para limpar. Já em Picos, no almoço, ele teve diarreia. Resolvemos deixá-lo em jejum para que ele não enjoasse mais.

Tommy viajando na caixinha

Tommy viajando na caixinha, no banco de trás ao lado de Vinícius.

Suspeitamos que ele tenha passado mal por causa de uma comida dada pela pessoa que trabalhava conosco no dia da mudança. Foi uma mistura grande de arroz, feijão e ração. A boa notícia é que ele melhorou assim que chegou a Quixadá. Eliminou o que estava fazendo mal, voltou a comer apenas ração e se animou.

Vini avistando Quixadá pela primeira vez

Vini avistando Quixadá pela primeira vez

ADAPTAÇÃO

Tommy está mais livre na nova casa. Passa o dia inteiro solto e está bem mais obediente. Brinca muito com Vinícius, que também está com maior liberdade para transitar entre a varanda e o quintal. Embora os dois estejam em uma fase “entre tapas e beijos“, pois um provoca muito o outro (seja Vini ‘estacionando’ o carrinho na porta da casa de Tommy, seja Tommy roubando a comida dele).

Vini curtindo a mudança

Vini curtindo a mudança

Todo arrumadinho após o banho no pet shop

Todo arrumadinho após o banho no pet shop

Aqui já encontramos um bom pet shop para banhos e em breve o levaremos ao veterinário para fazer um check up, afinal de contas, o rapazinho está prestes a completar 9 anos de vida!

Apenas continuamos de mãos atadas por não termos hotelzinho na cidade para deixá-lo em caso de necessidade.

Temos que avaliar opções em Fortaleza ou deixá-lo em casa com uma cuidadora. São cenas para o próximo capítulo.

 

 

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Bem-vindos à terra da pedra da Galinha Choca!

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São Raimundo Nonato (PI) a Juazeiro do Norte (CE)

O Cariri cearense faz parte da nossa rota de viagem desde que nos mudamos da Paraíba para São Raimundo Nonato. Logo na nossa partida, saindo com a mudança de Campina Grande, passamos nossa primeira noite no Crato (CE). Depois disso, passamos por lá quatro vezes nas férias, inclusive depois do nascimento de Vinícius. Lá encontramos formas de hospedar Tommy conosco em hotéis e em um hotelzinho específico para cães.

Em 2015, tivemos a oportunidade de visitar Juazeiro do Norte duas vezes; desta vez pudemos esticar a estadia, em vez de apenas pernoitar, como tinha sido anteriormente. Vamos relatar aqui os caminhos pelos quais seguimos.

SRN – JUAZEIRO DO NORTE: OS CAMINHOS

Por indicações de amigos acostumados a viajar com este mesmo destino, fizemos um trecho que sequer aparece no Google Maps quando solicitamos que a rota entre as duas cidade seja traçada. Saímos de São Raimundo pela BR-020 direto para Simplício Mendes (PI). Lá entramos para Isaías Coelho e Itainópolis e seguimos para Picos. Depois seguimos para Alegrete do Piauí, Marcolândia, adentramos Pernambuco e desviamos em Araripina para o Crato. São pouco mais de 7 horas de viagem. 

Clique para ver com detalhes o mapa de SRN a Juazeiro do Norte (CE)

Clique para ver com detalhes o mapa de SRN a Juazeiro do Norte (CE)

O que gostamos neste caminho é de comer as castanhas de caju de Picos e de avistar o parque eólico em Marcolândia e Simões, no alto da Serra do Araripe, entre Piauí e Pernambuco. São incontáveis hélices girando e gerando energia a perder de vista! Uma surpresa muito agradável na estrada. 

Foto: Efrém Ribeiro / Meionorte.com

Foto: Efrém Ribeiro / Meionorte.com

Foto: Efrém Ribeiro / Meionorte.com

Foto: Efrém Ribeiro / Meionorte.com

ALTERNATIVA 1

O caminho mais curto indicado pelo Google Maps vai de São Raimundo Nonato e Itainópolis, depois entra para Jaicós por uma rodovia estadual somada à BR-407. De lá segue para Padre Marcos, Marcolândia, Araripina e Crato. Nunca fizemos este caminho, pois não tivemos nenhuma sinalização até então de que as estradas seriam boas. Porém, encontrei no Facebook um colega de infância que atualmente trabalha no posto da Polícia Rodoviária Federal em Picos e perguntei a ele sobre as condições da BR-407. Segundo ele, está tranquila! Quem conhecer este trajeto e puder nos dar mais informações, por favor, fique à vontade!

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ALTERNATIVA 2

Também já fizemos o longo caminho São Raimundo – Petrolina – Juazeiro do Norte. Optamos por esta rota porque decidimos deixar Tommy em Petrolina durante as férias. De lá, precisávamos seguir para Fortaleza. Foi tudo calmo, estradas em boas condições. Confiram abaixo:

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Lembrando que o tempo de duração das viagens sempre é mais curto do que indica o Google Maps.

OPÇÕES DE HOSPEDAGEM COM E PARA CÃES NO CARIRI

Hotel Brisa da Serra – Crato (CE)

Hotelzinho Clivet – Juazeiro do Norte

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Rodovia entre Petrolina e Remanso está intransitável

A situação das rodovias entre Petrolina e São Raimundo Nonato ficou lastimável depois das fortes chuvas do mês de janeiro. Além do atoleiro que se transformou a pista não asfaltada de Dirceu Arcoverde a Remanso e da cratera aberta entre São João do Piauí e Afrânio, agora é a BR entre Petrolina e Remanso que está intransitável. Reproduzimos abaixo a notícia do site Remanso Notícias.

“Uma cratera se abriu na manhã desta sexta-feira (29/01) na estrada que liga Remanso a Casa Nova, após as fortes chuvas que ocorreram nos últimos dias na região, devido a força da água fez com que as manilhas que fazem o escoamento da água não suportasse a quantidade de água. A cratera estimasse em quase 70 metros de comprimento.

O rompimento ocorreu próximo ao povoado Lajedo, fica a 70 km de Remanso.

A estrada está interditada, lotações que fazem viagens entre Remanso, Casa Nova, Petrolina e Juazeiro estão sem locomoção por tempo indeterminado”.

Foto: Remanso Notícias

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Petrolina a São Raimundo Nonato: atualizando os caminhos

2016 chegou bem interessante! Neste mês de janeiro recebemos vários comentários em nossas postagens com dúvidas de leitores sobre as estradas pelas quais passamos. Mesmo o blog registrando um número tímido de acessos diários, percebemos que ele é o único que trata sobre hospedagens para cães e condições de estradas no interior do Nordeste. Talvez por isto a demanda por informações tenha aumentado por aqui. Caso você conheça algum blog semelhante na região, por favor, nos avise nos comentários. Gostaríamos muito de compartilhar mais ideias!

Então, voltando ao assunto, um dos tópicos dos nossos leitores tem sido a situação do caminho de Petrolina a SRN. Como já faz quase um ano que escrevemos sobre este assunto, está mais do que na hora de atualizá-lo!

A SITUAÇÃO DAS ESTRADAS

A parte de Petrolina a São Raimundo por Remanso (BA) já foi descrita aqui. Contudo, vale lembrar a vocês que estamos em período chuvoso, o que detonou a estrada de barro entre Remanso (BA) e Dirceu Arcoverde (PI)! Os buracos se aprofundaram, alguns carros atolaram… enfim, está bem mais incômodo do que já costumava ser. Não recomendamos transitarem por lá em carro pequeno.

Lembrando: a pista está tranquila saindo de Petrolina para Casa Nova e Remanso pela BR-235. Nos dias de muita chuva, alguns trechos ficam alagados, mas isso não impede o trânsito. O único trecho complicado é de Remanso e a Dirceu. São cerca de 50km sem asfalto. A partir de Dirceu Arcoverde até São Raimundo Nonato, está tudo asfaltado, novinho em folha.

Após as chuvas, a BR-324 de Remanso a Dirceu Arcoverde ficou esburacada e lamacenta. Cuidado neste trecho! Já de Dirceu a São Raimundo está tudo asfaltado.

Após as chuvas, a BR-324 de Remanso a Dirceu Arcoverde ficou esburacada e lamacenta. Cuidado neste trecho! Já de Dirceu a São Raimundo está tudo asfaltado.

Outra opção para os motoristas é transitar entre Petrolina e São Raimundo pelo município de Afrânio (PE). A notícia que soubemos recentemente é de que um trecho desta estrada em Queimada Nova está interditado devido às chuvas. O nível da água subiu e derrubou a estrada em uma passagem molhada.

De Petrolina a SRN por Afrânio também está complicado: muitos buracos e uma parte da pista em Queimada Nova derrubada pela chuva.

De Petrolina a SRN por Afrânio também está complicado: muitos buracos e uma parte da pista em Queimada Nova derrubada pela chuva.

Faz dois anos que não andamos mais por lá, por motivos óbvios de: tempo e distância. Nossas viagens a Petrolina por Remanso duram 4 horas, enquanto por Afrânio chegavam a 6 horas, sem contar com a estrada esburacada, enjoativa, as curvas e as ladeiras perigosas.

A alternativa para quem não quer viajar por Remanso é seguir de São Raimundo até Simplício Mendes (PI) pela BR-020 e de lá entrar no sentido Paulistana (PI), voltando para Afrânio (PE) e Petrolina. Nunca fizemos este trajeto, por isso não podemos opinar. Porém, temos informações seguras de um motorista profissional que transita às segundas, quartas e sextas-feiras de SRN a Petrolina fazendo transporte de passageiros. Segundo ele, Queimada Nova está intransitável, por isso o novo caminho é este por Simplício Mendes, que dura cerca de cinco horas e meia.

Trajeto de SRN a Petrolina por Simplício Mendes (PI).

Trajeto de SRN a Petrolina por Simplício Mendes (PI).

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Estrada para o Parque Serra da Capivara é pavimentada

Estivemos no dia 29 de novembro na Cerâmica (Albergue) do Parque Nacional Serra da Capivara e tivemos uma agradável surpresa. A estrada que liga a BR-020 no município de Coronel José Dias a uma das principais portas de entrada do Parque está sendo pavimentada.

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Falta pouquíssimo para a obra ser concluída. O trecho que ainda está no barro é apenas o inicial, dentro da cidade.

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Ainda não há sinalizações horizontais e verticais, tampouco descobrimos o número daquela que acredito ser uma rodovia estadual, mas já ficamos muito satosfeitos com a iniciativa. Lembrando que Coronel José Dias já tem um histórico de empreendimentos mal-sucedidos, especialmente o projeto da praça com lanchonetes na beira da estrada. Milhões de reais desviados e absolutamente nenhum retorno à população. É vergonhoso ver as obras inacabadas.

Porém, os visitantes do Parque e do Albergue/Cerâmica agora têm pelo menos um motivo a comemorar, uma vez que o acesso já está bem mais fácil.

A Cerâmica da Serra da Capivara é um lugar lindo em meio à natureza da Caatinga. Em meses de chuva, fica agradavelmente verde. É lá que são criadas peças admiradas em todo o mundo e vendidas e preços salgados em grandes redes de artigos de decoração, como a Tok Stok. Também já foi desenvolvida uma coleção para o supermercado Pão de Açúcar.

O grande diferencial em visitar o local está em conhecer o processo de produção e comprar os artigos com 20% de desconto, além de desfrutar da maior variedade de peças que as demais lojas localizadas dentro do Parque e dentro da cidade de São Raimundo Nonato jamais terão. Lá também há a oficina de camisas, com muitos artigos de confecção (roupas, bonés, bolsas).

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Amamos este lugar, especialmente tirar o domingo para almoçar à vontade no restaurante self-service e ver nosso Vini brincar solto, ouvindo os pássaros e admirando os pavões.

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O caminho São Raimundo – Remanso – Petrolina

Já publicamos aqui no blog algumas informações sobre o trajeto de São Raimundo Nonato a Petrolina pelas estradas São João do Piauí (BR-020) e Afrânio (PE) (BR-407). O percurso de carro dura cerca de 5 horas de viagem. Quando tínhamos apenas Tommy, andávamos por lá sem muita preocupação com horários, mas depois do nascimento de Vinícius algumas prioridades mudaram. Passou a ser muito desgastante ficar 5 horas dentro do carro com ele, mesmo fazendo algumas paradas para trocar fralda e amamentar. O menino chorava para sair do bebê conforto, queria colo e eu sofria com os enjoos por conta da montanha-russa que é um trecho da estrada (muitas curvas e ladeiras).

Em janeiro de 2014 resolvemos enfrentar a então desconhecida estrada para Remanso (BA). Pelo Google Maps, a promessa era de chegarmos a Petrolina em 4 horas e 26 minutos. Nosso maior receio era a qualidade da pista, pois a informação que sempre recebíamos dos amigos era de que entre os municípios de Dirceu Arcoverde (PI) e Remanso havia apenas barro e buraco, além dos riscos de assaltos.

Primeiro, Carlos aproveitou que eu, Vinícius e Tommy estávamos em João Pessoa. Ele precisava nos buscar e viajou sozinho para sentir o clima. Para sua surpresa, o percurso durou cerca de 3 horas e 50 minutos. Mesmo com toda a buraqueira, nosso VW Voyage aguentou o tranco. Em outra viagem, fomos por Remanso todos juntos e deu certo. Eu aprovei o caminho. Preferi passar por 100 km de piçarra e chegar em 4 horas em casa a passar 5 horas no carro pelo outro caminho.

Uma parada em Remanso (BA): o rio São Francisco agoniza.

Uma parada em Remanso (BA): o rio São Francisco agoniza.

Desde então, esse é o nosso “caminho da roça”. Já perdemos as contas de quantas viagens fizemos passando por Remanso, sem nenhum arrependimento, nem olhar para trás. Tchau, São João do Piauí e Afrânio!

Vista da BR-235, ligando Remanso a Casa Nova - caminho para Petrolina.

Vista da BR-235, ligando Remanso a Casa Nova – caminho para Petrolina.

Aproveitamos a visita do casal de amigos pessoenses Phelipe Caldas e Pollyana Saraiva para registrar fotos do caminho e ajudar os turistas curiosos. Sabemos que a internet carece de informações para quem pretende chegar à Serra da Capivara. Como muitas pessoas avaliam a possibilidade de alugar um carro em Petrolina para vir a SRN, este blog pode servir. Inclusive, já recebemos e-mails com pedidos de mais informações.

COMO ESTÁ A PISTA
Saindo de São Raimundo pela BR-324, passamos por São Lourenço (PI) em estrada asfaltada tranquilamente, bem novinha, sem buracos. Depois de São Lourenço temos alguns quilômetros de estrada de barro até Dirceu Arcoverde (PI). Voltamos a um trecho asfaltado novo e daí por diante é barro até Remanso. De Remanso até Casa Nova (BA), Santana do Sobrado (BA) e Petrolina (PE) pela BR-235 é tudo asfaltado e com acostamento, tranquilo.

Mesmo na estrada de barro, trajeto por Remanso é o mais curto.

Mesmo na estrada de barro, trajeto por Remanso é o mais curto.

Verdade seja dita: a experiência deve ser um pouco difícil para quem não está acostumado a andar por estradas não asfaltadas. Com o tempo morando no interiorzão (acabamos de completar três anos de vida em São Raimundo), a gente pensa de forma mais prática. Outra verdade: o caminho não é recomendável para quem faz viagens frequentes. Nossas passagens por lá acontecem no intervalo de 3 a 4 meses, por isso dá um tempo do coitado do carro respirar. Mais um detalhe: investimos em um veículo maior – utilitário – para viver por aqui e valeu a pena. Ainda assim, carros de passeio comum podem sim fazer o percurso. Basta ter cautela.

Estrada de piçarra entre Dirceu Arcoverde (PI) e Remanso (BA): alguns trechos são lisos, sem sem buracos.

Estrada de piçarra entre Dirceu Arcoverde (PI) e Remanso (BA): alguns trechos são lisos, sem sem buracos.

Não há acostamento, nem sinal para celular. Alguns motoristas consideram o local perigoso.

Não há acostamento, nem sinal para celular. Alguns motoristas consideram o local perigoso.

O IMPASSE
Dizem por aqui que essa estrada entre Remanso e São Raimundo Nonato não recebe pavimentação nunca por desinteresse político dos dois estados, Piauí e Bahia. Para nós, seria uma excelente porta de entrada para o Parque Nacional da Serra da Capivara. Tanto que alguns políticos piauienses estão sempre destinando emendas para a recuperação da pista. Alguns trechos foram asfaltados, mas o resto recebe apenas aquele “quebra-galho”, ou seja, uma máquina que regulariza a buraqueira e joga uma piçarra para melhorar um pouco a situação. Porém, o que vemos depois da divisa do Piauí é descaso total com o trecho baiano da pista. Se todo o percurso estivesse asfaltado, a viagem duraria apenas incríveis 3 horas.

A VIAGEM DE ÔNIBUS
A viagem entre SRN e Petrolina de ônibus é um martírio. O coletivo não tem condicionador de ar. Agora imaginem quando ele passa levantando o barro da estrada de Remanso? Já ouvimos muitas reclamações. A conclusão é de que os passageiros são sobreviventes!

Quando nossos amigos Phelipe e Polly visitaram Petrolina e São Raimundo, fomos buscá-lo na rainha do Vale do São Francisco de carro e passeamos por lá. A volta foi de ônibus. Os registros abaixo foram feitos por eles:

Ônibus que faz o trajeto SRN-Petrolina.

Ônibus que faz o trajeto SRN-Petrolina. (Foto: Phelipe Caldas)

A viagem dura cerca de cinco horas e o transporte não tem ar-condicionado.

A viagem dura cerca de cinco horas e o transporte não tem ar-condicionado. (Foto: Phelipe Caldas)

Vista da estrada de piçarra. Foto: Phelipe Caldas.

Vista da estrada de piçarra. (Foto: Phelipe Caldas)

SERRA DA CAPIVARA: VALE A PENA!
Apesar de todos os transtornos para chegar à Serra da Capivara por Petrolina, a minha mensagem é: não desistam! É um lugar ímpar, com estrutura diferenciada e a experiência é transcendental (literalmente). É importantíssimo conhecermos as nossas origens, as teorias e as evidências encontradas pelos paleontólogos aqui.

Se ficou com gostinho de quero mais, sugerimos assistir ao programa Diário do Olivier – Serras Brasileiras, que foi gravado em dezembro de 2014 em São Raimundo e na Serra da Capivara. Imagens belíssimas que comprovam a riqueza natural da qual desfrutamos nessa terra tão distante!

Agora, colírios para os nossos olhos! O grande e glorioso Parque!

Maravilhosa recordação com nossos amigos no Boqueirão da Pedra Furada.

Maravilhosa recordação com nossos amigos na Pedra Furada.

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Olivier Anquier preparou um baião de dois apetitoso por aqui!

 

Vista maravilhosa da serra: vegetação e formações rochosas.

Vista sensacional da serra: vegetação e formações rochosas.

Vini brincando na Ilha do Rodeadouro.

Vini brincando na Ilha do Rodeadouro.

Pausa para foto na travessia para a Ilha do Rodeadouro, no rio São Francisco.

Pausa para foto na travessia para a Ilha do Rodeadouro, no rio São Francisco.

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Viajando na caixinha: hora de se adaptar

A caixa para transporte de cachorro não era exatamente uma novidade para Tommy, mas fazia cinco bons anos que ela estava guardada e empoeirada, tendo sido utilizada apenas uma vez na viagem de avião do Rio de Janeiro para João Pessoa (PB). Conforme todas as exigências das empresas aéreas, o Tomilho ficou em jejum para evitar enjoos, vômitos e sufocamento durante o voo e tomou um sonífero – um “sossega leão” – para enfrentar o bagageiro do avião. Até hoje lembro do episódio com tristeza e não sei se teria coragem de fazê-lo passar por isto novamente. Quem gosta de ver um cachorrinho tão esperto e ativo simplesmente dopado, querendo reagir e não conseguindo? É cruel.

Até que chegou o dia de ressuscitar a caixinha. O motivo desta vez não seria uma viagem de avião, mas um plano muito maior que vai mudar a dinâmica das viagens de carro com Tommy: o bebê. Além da adaptação domiciliar na convivência entre um recém-nascido e um cachorro, passamos meses desde que engravidamos calculando como seriam as viagens com os nossos dois filhotes – o canino e o humano. Sim, preocupação grande porque moramos em um local muito isolado e pelo menos uma vez por mês precisamos viajar para resolver alguma coisa. O bebê vai na cadeirinha, óbvio. E Tommy? 

Até para tirar foto foi um drama: ele não parava quieto querendo fugir da caixinha

Até para tirar foto foi um drama: ele não parava quieto querendo sair da caixinha

O sistema que sempre usamos foi a coleira peitoral + a guia presa no banco do carro. Assim o rapazinho não circula solto e fica mais seguro em caso de freadas bruscas ou de um acidente. O esquema funcionava até então, visto que a cadeirinha para cachorros é muito pequena para ele e não contém sua energia. Haja latido quando passamos por um bicho na estrada, haja pêlo voando no carro… as viagens eram um caos, mas enquanto somos nós três se trata de um momento de diversão, de bagunça, de todo mundo uivando junto! (Leia mais sobre diferentes formas de transportar o cachorro em viagens)

Logo percebemos que Tommy poderia mexer com o bebê, que seus latidos poderiam desencadear uma série de choros no carro e que o horror de pelo voando no carro não seria higiênico nem saudável. Lembramos, então, da temida caixinha. Retiramos do depósito, lavamos, deixamos no sol, equipamos com um tapete e um brinquedo que ele gosta… e vimos que ela continuava suficientemente grande para que o Pooh ficasse sentado, em pé ou se movimentasse à vontade dentro dela, inclusive dando um giro de 360º (esse é o principal teste para quem quer saber se o tamanho é ideal na hora de comprar a caixinha).

Fizemos duas viagens com o peludinho na caixinha em um intervalo de três semanas, ambas de São Raimundo para Teresina. Na primeira, nosso destino final era Fortaleza. Na segunda, Parnaíba (PI). Nos dois casos Tommy ficou hospedado no pet shop e hotelzinho Pet Of Dreams, em Teresina.

A experiência foi digna de novela das 9: muito drama e tensão. Comédia? Pouca. Muito chororô, manha, alguns latidos e muitas roídas na grade da caixinha. Na reta final da primeira viagem ele até conseguiu derrubar a grade; tivemos que levar a uma oficina para soldar o equipamento e remontá-lo para a segunda viagem.

Flagra da tentativa de contenção do 'menor' que conseguiu quebrar a grade e fugir da caixinha na primeira viagem

Flagra da tentativa de contenção do ‘menor’ que conseguiu quebrar a grade e fugir da caixinha na primeira viagem

Tommy estava simplesmente inconformado com o fato de não poder mais ir em pé no banco de trás do carro, cheirando nossos “cangotes” e latindo na hora que bem quisesse. Vimos que, de uma hora para outra, extinguimos algumas das coisas que ele mais gostava de fazer na vida: passear, ver os bichos na estrada, levar vento no focinho…

Apesar de tristes, sabemos racionalmente que esta seria a melhor alternativa, pois Tommy continuaria viajando conosco. A saída que elaboramos para diverti-lo foram as recompensas positivas. Já havíamos feito na primeira viagem, mas reforçamos bastante na segunda: várias paradas na estrada para ele (e nós também) esticar as patinhas, fazer xixi, cheirar o mundo, tomar água e lanchar. Assim, poderíamos condicioná-lo a pensar que os momentos dentro da caixinha seriam temporários e que viria algo muito bom depois, que valeria a pena esperar. Tanto que na segunda viagem deu certo! Ele fez muito menos drama, chorou menos e até cochilou.

Apesar da última experiência ter sido melhor, continuamos desconfiados de que possa haver uma nova ‘rebelião’. Por isso pretendemos repetir a dose algumas vezes, nem que seja em passeios dentro da cidade para que ele se acostume de vez. E ficamos aqui na torcida que em setembro, quando o Baby Lyra chegar, possamos todos juntos passear em paz, em família.

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Férias em Jampa

Depois das idas e voltas entre Fortaleza e São Raimundo Nonato, finalmente chegara o momento de descansar. O destino das férias: João Pessoa (PB), nossa cidade natal, onde o carioquinha Tommy é ‘naturalizado’ também. Com o Natal e o Ano Novo batendo na porta, seguimos direto de Fortaleza para a terrinha. Foram cerca de 690 km percorridos em aproximadamente 9 horas, com parada em Parnamirim (RN) para almoçar. Na estrada, os mesmos cuidados de sempre: abastecemos o Pooh com água a cada h0ra, oferecemos pequenas porções de ração ou biscoitos especiais para cachorros e fazemos aquelas paradas para o xixi e para esticar as patinhas.

Fortaleza para João Pessoa: trechos duplicados para viagem tranquila

Fortaleza para João Pessoa: trechos duplicados para uma viagem tranquila e mais rápida

Depois de fazer o check-out de Tommy no hotelzinho Alfhaville Dog, seguimos rumo a João Pessoa pela CE-040, rodovia litorânea que nos leva à BR-304, no Rio Grande do Norte. Por esta fazemos o trajeto pelo interior potiguar, de Mossoró a Parnamirim, na região metropolitana de Natal, onde trocamos a pista pela BR-101 até João Pessoa. A viagem é tranquila, sem muitas surpresas de animais ou buracos na pista. Os viajantes também têm o grato alívio de alguns trechos duplicados, especialmente na saída de Fortaleza, em Mossoró e de Parnamirim a João Pessoa, o que torna o trajeto mais rápido e seguro.

Vento do focinho para sentir qual é cheirinho do Rio Grande do Norte

Vento do focinho para sentir qual é cheirinho do Rio Grande do Norte

Na chegada a João Pessoa, o destino de Tommy foi a hospedagem da casa da dona Suzana, que já conhecemos  há pelo menos cinco anos. Lá ele ficou solto com a bicharada e reencontrou um antigo affair, a cadelinha Vitória, com quem ele mais interage durante a estadia. Segundo dona Suzana, o Natal do nosso peludinho foi tranquilo, mas o Ano Novo foi aquela novela! Ele ficou um pouco nervoso por causa dos fogos de artifício. Juntando com mais uns dois ou três cachorros na mesma situação, o drama estava instaurado! Mas as cuidadoras são profissionais e deram da turma.

Matando a saudade da praia, em Cabo Branco

Matando a saudade da praia, em Cabo Branco

O bom de estar na mesma cidade que Tommy quando viajamos é poder visitá-lo. Em Fortaleza, fizemos algumas aparições no Alfhaville Dog. Já em João Pessoa pudemos ir à casa de dona Suzana para colocar as novidades em dia e também aproveitamos para dar um passeio pela praia de Cabo Branco e até a casa da vovó materna Cacilda, que não via Tommy há quase um ano e estava morrendo de saudade! Foi o reencontro de Tommy com o mar (já moramos na orla do Bessa e ele adorava ir à praia, onde virava cachorro à milanesa). O Pooh também encontrou o irmão mais velho, o primeiro cachorro da minha família, o pinscher Tyke. É amor demais por parte de Tommy… pena que ele não é correspondido e Tyke não dá a mínima.

Tommy e Tyke: o Pooh fica todo esperançoso, mas o pinscher não dá a mínima

Tommy e Tyke: o Pooh todo esperançoso, mas o pinscher não dá a mínima

Poucos dias após a virada do ano iniciamos nossa jornada de retorno a São Raimundo Nonato. Lá em dona Suzana o valor da diária foi combinado de acordo com a (grande) quantidade de dias que Tommy precisou ficar, por isto recomendamos que os interessados em hospedar os seus bichinhos entrem em contato com ela e peçam mais informações. Algumas das vantagens que ela oferece são a alimentação inclusa e banho no próprio local, além – claro – do ambiente bastante familiar que facilita a socialização do seu cachorrinho.

O telefone de contato é o (83) 3247-6321.

Boa sorte e lambeijos!

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SRN – Fortaleza: o caminho

Não foi fácil! Embora tenhamos nos acostumado à estrada nestes últimos seis meses desde que nos mudamos de Campina Grande (PB) para São Raimundo Nonato (PI), enfrentar a viagem a Fortaleza nos exigiu mais energia do que pensávamos. Fizemos duas vezes a rota de ida e volta para a capital cearense somente em dezembro. Como se não bastasse a distância e o desgaste psicológico do compromisso que tínhamos pela frente no destino final, o conforto que havíamos planejado para a primeira viagem de ida sofreu devido a um erro de escolha do trajeto. Outro ponto que pesou bastante em nosso cansaço foi o tempo de estadia na cidade: dez dias da primeira vez e quatro dias na segunda.

Vocês devem estar bem perdidos na história. Vamos começar pelo que nos motivou a embarcar rumo a Fortaleza: um concurso para o qual o nosso Carlinhos se inscreveu. Demorou um pouco, mas finalmente decidimos ir juntos e incluir Tommy na aventura, principalmente devido aos altos preços das passagens aéreas entre Teresina e Fortaleza e à dificuldade logística da viagem para que o nosso professor fosse sozinho. Seriam oito horas de ônibus de São Raimundo para Teresina, mais a espera no aeroporto até que o avião decolasse, o que exigiria uma pernoite em hotel.

Nosso amiguinho não quer perder um lance do que passa pela estrada

Nosso amiguinho não quer perder um lance do que passa pela estrada

SRN – TERESINA – FORTALEZA

Com a experiência que adquirimos neste curto tempo explorando o Nordeste, já tínhamos certeza de uma coisa: não seríamos fisicamente capazes nem poderíamos submeter nosso Pooh ao estresse de 12 horas de viagem ininterruptas caso quiséssemos sair de SRN e chegar a Fortaleza no mesmo dia. Por isto, na primeira ida resolvemos fazer o percurso sem pressa com uma parada em Teresina para dormir.  Com este desvio, seriam 1.094 km no total até Fortaleza.

SRN para Fortaleza

SRN para Fortaleza: nunca,  nunca encarem a BR-222 a partir de Sobral

O primeiro dia foi bastante tranquilo. Já conhecemos bem as seis horas de estrada de SRN para Teresina. As pistas da rodovia estadual PI-140 até Floriano (que fica bem no meio do caminho) e da BR-343 para Teresina são seguras. Não têm buracos e o trânsito é bastante calmo, sem muitos caminhões, até a entrada da região metropolitana.

O grande problema que não prevíamos era o trecho escolhido para o segundo dia de viagem, de Teresina para Fortaleza, pela BR-222. Na chegada a Sobral, nos deparamos com muitos buracos na pista. Como não tínhamos informações prévias, continuamos no percurso na expectativa de que iria melhorar, mas nos surpreendemos com a situação: em Itapajé não existe asfalto!

Buraqueira na BR-222 em Sobral: anúncio de que o pior está por vir!

Buraqueira na BR-222 em Sobral: anúncio de que o pior está por vir!

Toda a estrutura foi retirada para a construção de uma nova estrada. Passamos cerca de uma hora tentando vencer o barro, a poeira, a lama, a falta de sinalização e as máquinas na “pista”. Foi um terror! Não sabíamos, mas deveríamos ter pego um desvio pelo município de Itapipoca. Pagamos todos os nossos pecados e agora estamos repassando a experiência para ajudar o leitor a evitar este transtorno. Dez horas depois de termos saído de Teresina, finalmente chegamos a Fortaleza. Eu, Tommy e Carlinhos, mortos de cansados.

Caos no trecho da BR-222 em Itapajé: barro, lama, poeira e sinalização precária

Caos no trecho da BR-222 em Itapajé: barro, lama, poeira e sinalização precária

FORTALEZA – SRN

Passamos dez dias  em Fortaleza e já não aguentávamos mais de saudade da nossa casa. Carlinhos passou para a segunda fase do concurso, então teríamos apenas quatro dias para ficar em São Raimundo e resolver os últimos compromissos antes de retornar a Fortaleza para concluir a participação no certame. Na viagem de volta, já sabíamos a desvantagem que seria passar por Teresina, então resolvemos fazer o caminho direto para Picos (PI) pela BR-020.

Fortaleza para SRN

Fortaleza para SRN: 12 horas de viagem,  incluindo o intervalo para o almoço em Picos (PI)

A proposta seria dormir em Picos e terminar a viagem no dia seguinte com apenas quatro horas para São Raimundo. O hotel já estava reservado: o Picos Hotel aceita cachorros com seus hóspedes sem frescura nenhuma! Saímos de Fortaleza às 7h30 e chegamos a Picos às 14h30. Paramos para almoçar e, desesperados para chegar em casa, resolvemos terminar a viagem naquele mesmo dia.

Ligamos para cancelar a reserva e seguimos rumo a Oeiras, passando por Colônia do Piauí, Simplício Mendes e São João do Piauí. Nesta última cidade antes de São Raimundo, ainda pegamos bastante chuva, trovões, relâmpagos e raios, já às 18h30. A sorte é que a BR-020 é muito bem sinalizada para viagens noturnas no trecho que passa por dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara. Assim, chegamos sãos e salvos ao nosso lar às 19h30, exatamente 12 horas após termos saído de Fortaleza.

CUIDADOS COM TOMMY

Viagens longas exigem mais energia de todos, inclusive dos nossos peludinhos. Adotamos algumas práticas para amenizar os possíveis desconfortos que nosso Tommy poderia sentir:

– Abastecemos nosso Pooh frequentemente com água: como ele não sente enjoos nem vomita, ele nunca nega um potinho com água para matar a sede;

– Fornecemos pequenas refeições: a cada três horas, oferecemos ração em pequenas porções ou biscoitos próprios para cachorros;

– Fazemos paradas para “esticar as patinhas”: assim como nós sentimos a necessidade de ir ao banheiro durante o trajeto, Tommy também sente. Nas paradas, tiramos o rapazinho do carro (veja como usamos o ‘cinto de segurança’), passeamos e o incentivamos a fazer xixi. Se ele fizer número 2 também, estamos no lucro! Lembrando que sempre levamos saquinhos plásticos para apanhar as ‘obrinhas’. Ninguém merece pisar em cocô de cachorro por aí.

CUIDADO COM ANIMAIS NA PISTA

Durante todo o caminho precisamos redobrar a atenção com animais que cruzam a pista. É muito comum no Piauí. Tenho até pena dos bichinhos, percebemos que muitos estão em peregrinação por água e comida. Dá para ver pelas carcaças nos acostamentos e o físico denegrido do gado, só pele e osso. Ao mesmo tempo, sentimos uma certa desconfiança de que os proprietários destes animais os soltam irresponsavelmente mundo afora. Não é a toa que estes detentores podem responder criminalmente quando seus bichos invadem pistas e causam acidentes. Uma das alternativas é informar às Polícias Rodoviárias Federal (191) e Estadual (190) sobre os riscos. Geralmente a PRF dispõe de caminhões especiais para fazer o recolhimento. Acontece que o problema é tão comum em tantos trechos que fica impossível controlar. Infelizmente, duvido muito que o serviço funcione com eficácia no Piauí, mais pela enorme quantidade de bichos soltos do que pela competência dos órgãos.

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