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Vale do São Francisco (parte 3): turismo

Como disse em um post anterior, finalmente tivemos a oportunidade de conhecer Petrolina e Juazeiro como turistas. Curtir mesmo, sem nenhuma preocupação ou compromisso. Tommy não participou dos passeios, mas posso garantir que ele ficou bastante confortável brincando com a bicharada na hospedagem da Veterinária Fontalvo (leia aqui os detalhes). Seguimos rumo ao Vale do São Francisco para o feriadão de Nossa Senhora da Conceição/Dia das Crianças, mas tivemos a oportunidade de voltar exatamente uma semana depois e fizemos mais alguns passeios.

Ponte Petrolina-Juazeiro: dois estados, um só rio (não reparem o tempo nublado, num instante passou)

BODÓDROMO

Na sexta-feira (12), chegamos a Petrolina bem na hora do almoço, então nada melhor do que matar a saudade do Bodódromo apreciando as carnes oficiais do povo nordestino: bode e carneiro. Aqui em casa preferimos o carneiro. Pode ser na brasa ou o filé na chapa, sempre ficamos com água na boca só de pensar. Chegando ao local, já nos surpreendemos com a infraestrutura e suas melhorias desde que estivemos lá pela última vez, há cinco anos. Bastante vaga para estacionamento, ambiente limpo e arborizado, muitos restaurantes organizados, decoração bacana. Tudo concentrado em um só lugar. Almoçamos um dia no Bode do Curaçá e no outro no Geraldo, ambos aprovados. Soubemos que à noite fica lotado, com grupos tocando forró, pagode, samba… tipo de programa que preferimos evitar, mas fica a dica para quem gosta.

Achei que Campina Grande (PB), nosso antigo lar, poderia se inspirar em Petrolina para criar um local assim, que funcionasse o ano inteiro, não se limitando apenas às barracas do São João no Parque do Povo. Tudo bem, são os mesmos restaurantes que podemos encontrar nas ruas de Campina Grande abertos de janeiro a dezembro, mas vamos combinar que o apelo turístico em todas as épocas do ano cresce muito mais quando existe uma “marca” (tal como Bodódromo) e um point para turistas e moradores frequentarem o ano todo.

Bodródomo: muita comida típica, estacionamento amplo e organização. Olha um Camaro branco!

PIZZARIA ROMEU E JULIETA

Para o jantar, resolvemos conhecer a pizzaria Romeu e Julieta, em Juazeiro. Já tínhamos pedido quando estávamos hospedados em um hotel de Juazeiro em viagem a Salvador em agosto. O ambiente é inspirado em um castelo medieval, guardadas as devidas proporções, e a pizza que chamo de Marguerita (mas lá tinha o nome de Napolitana) estava muito saborosa! Massa artesanal, forno a lenha e muito queijo.

Clima medieval e forno a lenha na pizzaria Romeu e Julieta, em Juazeiro

ILHA DO RODEADOURO

No sábado (13) seguimos para a Ilha do Rodeadouro. Cerca de 45 minutos de carro e chegamos à Travessia do Juarez, para pegar o transporte de Petrolina à ilha, que fica no rio São Francisco. Do outro lado, avistamos o território baiano. Foram R$ 3 de passagem por pessoa, incluindo a ida e a volta.

Travessia do Juarez leva à Ilha do Rodeadouro

Na ilha, as atrações são mesmo a água para quem quer aliviar o calor (é cristalina e parece limpa, mas não sou especialista) e os bares, onde o pessoal toma uma cerveja, caipirosca, água de coco, come peixe fresquinho… Eu fiquei na caipirosca e no substancioso caldinho de surubim. Ainda há famílias que acampam na ilha. O que mais emociona na bela vista é saber que este mundo de água corre no meio do Sertão.

Sol fervendo e água gelada: não tive coragem!

Preferimos guardar o apetite para almoçar no restaurante temático Carranca Gulosa, lugar bem nordestino na costa do São Francisco, ao lado do ancoradouro da Travessia do Juarez. Música ao vivo, vários ambientes com linda decoração rústica, cardápio de dar água na boca e preços justos. Adoramos o clima, ainda mais porque sentamos apreciando a vista maravilhosa para o Velho Chico (caso de amor²).

Jardim de entrada para o restaurante tem lago e peixinhos à nossa espera (Foto: Divulgação)

Prato principal: moqueca de arraia caprichada no azeite de dendê; influência baiana

VINÍCOLA SANTA MARIA – RIO SOL

No domingo pela manhã, logo cedinho às 7h, partimos em direção ao município de Lagoa Grande (PE), vizinho a Petrolina. Foi cerca de uma hora de viagem até nosso destino, a vitivinícola Santa Maria, onde são produzidos os vinhos dos rótulos Rio Sol, Paralelo 8, Rendeiras, Vinha Maria, Matuto e Adega do Vale. Nossa visita foi agendada com três dias de antecedência. São dois horários por dia (de segunda a sábado), mas já estava tudo lotado por causa do feriado. Apesar disto, um dos enólogos, Eldo, abriu uma exceção e nos recebeu no domingo. O ingresso custa R$ 10, mas o pagamento é dispensado caso o visitante faça compras na lojinha de vinhos.

Uvas cabernet sauvignon direto do pé na vitivinícola Santa Maria

Tivemos a oportunidade de passear entre os parreirais e provar as uvas in natura, direto do pé. Nunca pensei que iria experimentar uma Cabernet Sauvignon desta forma. Confesso: é uma delícia! Muito doce e apurada, um deleite! Caminhando pelas terras o nosso guia nos explicou como são feitas as pesquisas para desenvolver as mudas, como as plantações são mantidas, como funciona a colheita e deu detalhes sobre cada tipo de uva cultivada lá.

O que diferencia o Vale do São Francisco do Sul brasileiro e das terras europeias é o clima semiário, com sol o ano inteiro, sem interferência de chuvas e o maior controle das pragas. Com o moderno processo de irrigação a partir das águas do São Francisco, é possível manter de duas a quatro colheitas ao ano, enquanto nas outras regiões é feita apenas uma colheita. Vimos plantas referentes às quatro estações do ano: brotando como na primavera, folhas  caindo como no outono, podadas como no inverno e vistosas como no verão.

A forma de plantio de uva mais bela que conheci, na vitivinícola Santa Maria, da Rio Sol

Conhecemos também o maquinário da fábrica, vimos como funcionam a fermentação e o armazenamento dos vinhos e espumantes e como eles são envelhecidos em barris de carvalho para chegarem às nossas mesas como vinhos finos de reserva, os mais apreciados da Rio Sol.

Vinhos e espumantes produzidos na Santa Maria, em Lagoa Grande (PE)

VINÍCOLA OURO VERDE – GRUPO MIOLO

Depois desta visita à vinícola Santa Maria, pensávamos que não teríamos tão cedo a oportunidade de voltar a Petrolina e Juazeiro. Fizemos nossas malas e embarcamos no carro à tarde para São Raimundo Nonato, mas logo um novo compromisso surgiu e uma semana depois, na sexta-feira (19), já estávamos de volta ao São Francisco. Desta vez, tínhamos apenas um dia para curtir e sabíamos exatamente o que fazer: conhecer o Balneário das Pedrinhas, em Petrolina, e a vinícola Ouro Verde, pertencente ao grupo Miolo, em Casa Nova (BA). Tudo isto na mesma sexta-feira, após as cinco horas de viagem saindo de SRN.

Após a colheita, uvas esperam para virarem o brandy (conhaque) Osborne; sabor forte

Também precisamos ligar com alguns dias de antecedência para a vinícola Ouro Verde e marcar a ida. Custou R$ 10 por pessoa, que não são convertidos em consumação. O modelo de visita é diferente: permanecemos basicamente na área industrial, conhecendo as etapas de seleção das uvas, fermentação, produção do álcool e espumante, reserva em barris de carvalho e engarrafamento. Não há contato direto com os parreirais, apenas a vista. Lá são produzidos os espumantes Terranova, os vinhos Almadén e o brandy Osborne.

A vantagem é que tivemos um minicurso de degustação de vinhos, com tinto, espumante e o brandy. Aprendemos a avaliar a cor, o aroma e o sabor. Bem agradável para marinheiros de primeira viagem! A aula foi feita em ambiente climatizado da vinícola e ministrada pelo enólogo que nos guiou na visita. Já estava inclusa no valor do ingresso.

Vinhos de reserva da fazenda Ouro Verde envelhecem nos barris

BALNEÁRIO DAS PEDRINHAS

Depois de conhecer a vinícola, seguimos direto para o Balneário das Pedrinhas, em Petrolina. Mais de uma hora de viagem depois estávamos lá a tempo de ver o por do sol. O local estava bem calmo, mas acho que devia ser o horário. Tem muitos bares e se assemelha a uma orla marítima mesmo. Imagino que as manhãs nos fins de semana devam ser bem movimentadas. Nos sentamos no bar 2 Irmãos e escolhemos um peixe bem fresquinho, um tucunaré. Frito e crocante, delicioso! De lamber os dedos!

Balneário das Pedrinhas: ótimo para comer um peixe frito e ver o por do sol

Tempo nublado, água gelada… estamos mesmo no Sertão?

Flagra do transporte escolar aquático para as comunidades ribeirinhas

E assim chegou ao fim a nossa aventura! Foi maravilhoso ter a oportunidade de voltar mais um fim de semana para terminar de conhecer os principais pontos turísticos de Petrolina e cidades vizinhas. Ainda estamos devendo umas visitas mais aprofundadas em Juazeiro e região. Ficamos só na vontade de conhecer a casa de João Gilberto e a barragem de Sobradinho, por exemplo, mas estes programas ficam para a próxima!

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